Arquidiocese de Braga -

25 junho 2009

Para uma maior dinamização dos Museus

Default Image
Fotografia

D. Jorge Ortiga

\n

O caminho foi longo. Mas o porto onde hoje ancoramos é seguro e prazenteiro. É, de facto, para nós, Arquidiocese de Braga, uma enorme honra podermos acolher Sua Excelência o Senhor Presidente da República e tantas distintas autoridades, inaugurando uma exposição que cria uma sinergia louvável entre o Museu da Presidência da República e o Museu Pio XII.
A todos quantos tornaram possível mostrarmos em Braga e, concretamente, no Museu da Arquidiocese, o rico espólio, nas áreas da ourivesaria e pintura, que o Museu da República custodia, deixamos expressa a mais viva gratidão.
Aproximam-se as celebrações do centenário da implantação da República. Que melhor caminho poderíamos encontrar para nos associarmos a essa efeméride, como que antecipando-a, e mostrando um espírito de franca e generosa cooperação, de respeito pela tradição, pela arte, pela memória, pelo passado que nos alicerça, nos ensina no presente e nos projecta para o futuro?!
Da cooperação leal e empenhada entre o Estado e a Igreja, todos teremos a lucrar. Lucrará o Estado, uma vez que a maioria do património nasceu à sombra da crença e na Igreja se conserva, mas desejavelmente à fruição de todos os cidadãos; será proveitosa para a Igreja, a braços com tantas dificuldades no que concerne a conservações, restauros, manutenção de condições para que a fruição do património possa ocorrer.
Permita-me, Exmo Senhor Presidente da República, solicite o empenho pessoal de Vª Excia na prossecução dos objectivos fixados para a Comissão Bilateral da Concordata, no âmbito do Património. Permita-me, sobretudo, refira a necessidade de um apoio bem mais substancial para que tanto património degradado ou em vias de extinção possa encontrar a dignidade que já teve e merece recuperar. Importará, em termos de política orçamental, disponibilizar-se maior fasquia, para que os urgentes restauros e as obras de conservação se possam efectuar. A bem da nossa história. E do futuro. Porque povo que não tem memória, também não tem futuro.
A Arquidiocese de Braga dispõe de dois Museus, que coloca à fruição do público: o da Sé Catedral; e este Museu onde estamos, denominado museu Pio XII, o qual – seja-me permitida uma breve apresentação - engloba três núcleos.
O primeiro, engloba duas ricas colecções, sendo uma de arqueologia, a outra de arte sacra. No conjunto, estas colecções permitem uma viagem enorme pelo tempo, desde o longínquo paleolítico, passando pelo neolítico, idade do cobre, do bronze, do ferro, chegando ao período romano e desse até aos nossos dias.
O segundo núcleo é a chamada Torre Medieval, ou Nossa Senhora da Torre. Aí se narra a história da cidade de Braga e se pode usufruir de uma excelente panorâmica da cidade de Braga.
O terceiro núcleo é uma colecção de pintura, do famoso retratista Henrique Medina, artista de renome internacional, natural do Concelho de Esposende. Dele possuímos mais de setenta obras, por doação do próprio pintor à Arquidiocese. Sentimo-nos honrados e gratos.
Senhor Presidente da República e distintos convidados: o Museu Pio XII sente-se mais rico por este acontecimento. Sente-se honrado com a presença do Senhor Presidente da República e de todos vós. Que esta exposição que ora inauguramos possa deleitar os visitantes, contribuir para a divulgação da nossa história e seja penhor de uma eficaz e proveitosa colaboração entre todos os agentes com interesses na área patrimonial, a bem do povo que somos, da riqueza e história que temos.
Obrigado a todos!

Museu Pio XII, 25 de Junho de 2009
+ Jorge Ortiga, A.P.