Arquidiocese de Braga -
6 julho 2009
Os trabalhos no Bom Jesus
D. Jorge Ortiga
• Conferência de Imprensa há muito programada para partilhar o empenho em respeitar a maravilha do Bom Jesus dando-lhe qualidade em variadíssimas intervenções reconhecidas e assumidas como necessárias.
• O Bom Jesus – na instância e no Património – é Propriedade Privada da Confraria e, por isso, da Igreja. Só que sobre esta realidade preciosa existe como que uma “hipoteca” social de serviço ao Bem Comum. Há aqui tesouros que a Igreja não reserva para si como local religioso e destinado a actividades da mesma índole. Queremos que tudo seja usufruído por todos mas com uma identidade e linguagem própria a que nunca renunciaremos. Não há o mero interesse do turismo pelo turismo. Importa que aqui se encontre uma “alma” que pode facilitar e proporcionar descanso físico e encanto paisagístico e artístico.
Queremos que gere uma oportunidade de encontro com o transcendente, ou seja, uma interpelação para um Deus criador que nos legou estas maravilhas.
• Trata-se de ousar descortinar a beleza como reflexo de Deus e a mão do homem na arte que está a resplandecer um Jesus que é Bom, que dá a vida para que a vida de todos seja digna.
• Para isso temos trabalhado e os encargos financeiros da Arquidiocese e Confraria são significativos. Daí a articulação com o I.H.A.C. para recuperar as 9 Capelas com a qualidade que merecem. O início destas obras é a principal razão desta Conferência de Imprensa.
• Para articular a natureza com o transcendente, a arte com a paisagem, o descanso com o silêncio, o Bom Jesus necessita e tem amigos.
• Primeiro os membros da Comissão Administrativa. Quotidianamente pensam no Bom Jesus – quotidianamente e com gastos pessoais. Ninguém da Confraria recebe em cêntimo.
• Outros – hoje infelizmente menos – com a generosidade. Estamos a promover um movimento que suscite identificação com esta causa. O número vai crescendo e irá crescer muito mais. Já temos alguns mecenas e daí o início dos restauros das Capelas. Esperamos que os Bracarenses e quem nos visita não fiquem numa consideração exterior de reconhecer que o Bom Jesus é “Ex-líbris” de Braga.
• Há outros “amigos” que só querem usufruir e criticar as possíveis deficiências. Aceitamos e agradecemos ideias positivas mas esperamos parcerias imprescindíveis. A Comunicação Social – e pedimos a todos – deveria entrar nesta equipa de construtores dum Bom Jesus que a todos orgulhe. Perante as carências – e são muitas – não podem ceder a interesses particulares ou associativos.
• É fácil o sensacionalismo e pode pensar-se em “peças” de interesse. Só as “causas” deveriam interessar. Há razões de certas anomalias que importa descortinar. Ficar no imediato não ajuda ninguém. Por exemplo, preocupa-nos o vandalismo. Ele existe em toda a parte. Aqui tem ema expressão significativa. Um jornalista que vê uns bancos partidos ou uns barcos que não funcionam – por sugestão de amigos – é um aspecto de verdade. Não seria mais educativo, sem fugir à verdade, reconhecer que há destruidores que por mais trabalho que os funcionários realizem – e talvez possam ser mais céleres – nunca conseguirão ter em ordem determinados pormenores? Sugerir o uso do Bom Jesus para uma pista de BTT será o mais adequado ou empenhar-se em ter uma mata com espécies devidamente classificadas e percursos estruturados a permitir descanso?
• A Arquidiocese de Braga tem o seu Património. Está a fazer um esforço hercúleo para o preservar e permitir que seja usufruído. Dá tudo o que tem e o que não tem. Conta com verdadeiros amigos. Eles existem. Esperamos que outros apareçam.
† Jorge Ortiga, A.P.
06-07-2009
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