Arquidiocese de Braga -

1 novembro 2009

Hi-God. Um dia com Deus

Fotografia

Diário do Minho

«Se hoje recolherem a palavra de Deus, a viverem na vossa vida e a comunicarem a outro já são dois, e se esses dois a passarem a outros dois já são quatro e assim sucessivamente», referiu ontem D. António Couto a um grupo de centenas de jovens que partici

D. António Couto exortou jovens a «passarem a palavra» de Deus

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Numa conversa que pretendeu ser informal, o Bispo Auxiliar de Braga explicou que não se passa a palavra atirando-a aos outros, mas quando vivemos a vida. «Eu não passo a palavra atirando uma esmola a um pobre, mas sentando-me junto dele, partilhando a minha vida com ele e ouvindo-o. Posso explicar-lhe que Deus o ama mas para isso preciso de tempo», disse D. António Couto, sublinhando que «há palavras que tiramos do bolso e outras das vísceras», ou seja, do coração.

O responsável falou ainda da importância da palavra de Deus, que considerou ser diferente de todas as outras. «Palavras há muitas, somos invadidos por elas com as técnicas e os conteúdos mais variados, e esta palavra bíblica poderia ser apenas mais uma entre muitas, mas é diferente porque não chega numa palavra isolada mas num conjunto longo que faz um sentido », esclareceu.

D. António Couto considerou ainda a palavra de Deus como «um silêncio que nunca se calou» e algo que «não se capta pelos ouvidos mas pelo coração».

Questionado por um jovem acerca do motivo que o levou a especializar-se na Bíblia, o Bispo Auxiliar de Braga esclareceu que o gosto pela palavra de Deus começou ainda em criança e se aprofundou com a entrada no Seminário. «É algo que dá muito trabalho e é preciso ter gosto», sustentou.

D. António Couto considerou ainda que a palavra de Deus não é apenas um saber, mas comunica uma dinâmica nova nas relações com os outros. «Entrando em nós, esta funciona como um bisturi e limpa o coração do ciúme, da podridão e da mentira, por isso é considerada viva e eficaz », defendeu.

O Bispo Auxiliar de Braga considerou ainda o livro “A Bíblia para todos”, recentemente lançado, como bem-vindo. «Todas as iniciativas que coloquem este livro nas mãos das pessoas é fundamental, porque das mãos passa para os olhos e dos olhos para o coração », disse.

Ontem, perto de 300 jovens reuniram-se em mais um “Hi-God”, um número ligeiramente superior ao do ano passado, referiu o jesuíta João de Brito, à margem da iniciativa da qual faz um balanço «positivo».

Depois da sessão de abertura, onde foi passado um pequeno vídeo sobre o tema do encontro, os participantes tiveram um “peddy-paper” pelas ruas da cidade de Braga. Nesta actividade, que correu de uma forma «muito animada», os jovens tiveram de descobrir Deus em diversos monumentos, referiu.

Seguiu-se um momento de oração e, no fim, um almoço partilhado e uma exposição informativa acerca de vários movimentos, grupos e associações.

O dia compreendeu ainda a realização de 14 “workshops” sobre temas que ligam, entre outros, a palavra à ciência, à música, à misericórdia, à oração, à justiça, à paróquia, ao sofrimento, aos números e ao teatro.

No final, D. António Couto presidiu à Eucaristia. Depois do jantar, houve uma vigília. A iniciativa terminou com um concerto musical.