Arquidiocese de Braga -
17 novembro 2009
Homenagem a Henrique Medina na Celebração dos 25 anos do Museu

Museu Pio XII
No próximo dia 20 de Novembro o Museu Pio XII, no qual se integra o Museu Medina, e a Associação dos Amigos do Museu (Filomupi) vão promover uma homenagem a Henrique Medina, falecido em Novembro de 1988.
Esta iniciativa, a par da preparação de uma edição de luxo da obra de Henrique Medina, procura marcar os 25 anos da fundação do Museu Medina, actualmente composto por 53 quadros (tinta da china, aguarela e óleo sobre tela) e 21 desenhos.
A homenagem será marcada com a exposição de dois novos quadros doados este ano ao Museu por Diane B. Jergins, neta de um pioneiro da indústria petrolífera na Califórnia, Estados Unidos da América. Estes dois retratos representam a própria doadora e sua mãe Dorothy B. Jergins (pintados em 1955 e 1956 em Hollywood, no período em que o artista aí permanece durante sete anos da sua vida). As telas, entretanto de sujeitas a um trabalho de limpeza, integrarão a partir do próximo dia 20 a colecção do Museu Medina.
A par da exposição destas duas obras, será feita uma conferência “Henrique Medina: o pintor e a obra. Visões e representações da beleza”, por Luís Casimiro, bem como a exposição fotográfica dos locais que inspiraram o pintor nas suas obras de paisagens, nomeadamente em S. Paio de Antas, Esposende.
Este evento, aberto a todos os admiradores de arte, conta com a presença dos familiares e amigos do pintor, pelo que a homenagem servirá também para demonstrar a gratidão da Arquidiocese de Braga pela confiança depositada.
No final da conferência haverá ainda lugar para uma visita guiada ao Museu Medina e um pequeno convívio, como vem já sendo habitual quando “O Museu Pio XII abre as portas à noite” (um projecto Filomupi).
O Artista
Henrique Medina nasceu em 1901, filho de mãe portuguesa e pai espanhol. Com apenas 11 anos entrou para a Escola de Belas Artes do Porto. Em 1918 expõe pela primeira vez na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, e em 1919 participa no Salon de la Societé Nacional Beaux-Artes, em Paris. Continuou os seus estudos em Paris tendo sido aluno de Fernand Cormon e de Emile Bénard. Expôs as suas obras em vários países, como Espanha, Inglaterra, França, Estados Unidos e Brasil.
Foi sobretudo no retrato que Henrique Medina se evidenciou internacionalmente, retratando grandes personalidades da política, artistas e sábios do século XX. Entre eles contam-se por exemplo, Greer Garçon (actriz de Hollywood), Benito Mussolini, Rei Humberto de Itália, René Huyghie, Oliveira Salazar, General Craveiro Lopes, Carlos Malheiro Dias (escritor), entre outros.
Em 1983, aquando da exposição que marcaria o seu apogeu, realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, Medina afirmava: “Nos retratos e nos nus penso que me foi possível ter atingido as altas cimeiras da Arte, no que ela permite de realismo e subjectividade, aceitando que se detecte ancestrais transparências ou atávicas reminiscências de cariz velasquiano, ou ressaibos, na parte estética, afins da escola inglesa no que expressa sobriedade e distinção.”
Em 1984, manifestando o desejo que a sua obra perdurasse, doou à Arquidiocese de Braga 52 quadros e 21 desenhos escolhidos pelo mesmo como os mais significativos das diversas fases da sua carreira. Falece em 1988 em Góios, Esposende, vítima de doença repentina.
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