Arquidiocese de Braga -

10 novembro 2012

Uma palavra aos Secretários Regionais das Misericórdias

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Discurso no encontro dos Secretários Regionais das Misericórdias.

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A Igreja Católica vive um momento de graça particular. Reunidos como católicos, procuramos intuir, em primeiro lugar, o ato de fé como confiança em Deus, para chegar à adesão doutrinal dos conteúdos da mesma Fé. Trata-se dum encontro pessoal com Cristo, deixando-se moldar por ele e reconhecer, conscientemente, a aceitação das verdades reveladoras por Cristo e permanentemente reafirmadas pela Igreja colocando-as no seu contexto histórico.

A fé nunca é algo de isolado. Acreditamos no mesmo Cristo e, deste modo, constituímos a Igreja que é a comunidade dos crentes. Nesta comunidade de crentes tomamos consciência dos antepassados como uma plêiade de homens e mulheres tocados pelo mesmo amor de Cristo pela humanidade. Nada somos sozinhos, nem existimos só agora. Temos uma história a que queremos ser fiéis e caminhamos, em corpo, para servir a comunidade. Reconheçamos a obra dos nossos antepassados!

A partir do ato de acreditar e da consciência daquilo em que acreditamos, somos investidos numa missão pessoal e/ou institucional. A missão é uma continuidade da identidade. Porque somos, agimos e não nos envergonhamos das razões profundas e últimas.

Se a missão é variadíssima, a fé atua e expressa-se na caridade. Pela caridade, mostramos a nossa fé e os outros reconhecerão o que nos move. Sempre assim foi! Os tempos difíceis são um apelo à fé, tornando-a mais sólida e sabendo que nunca agimos sozinhos. A gravidade da situação atual exige muita capacidade de inovação e ousadia. Mas a força maior deve vir doutro lado. Os milagres continuam a acontecer. Há coisas impensadas que parecem ultrapassar as nossas forças. Os cálculos nem sempre são engenharia económica. Quantas vezes surgiram respostas de generosidade dos benfeitores em horas de aflição. Não é uma experiência de todos?

Se a fé é força teremos de manter-nos unidos e fazer convergir energias. As Misericórdias deveriam dar este exemplo de reaproveitamento exponencial das capacidades quando se opera dum modo articulado. Com pouco, unidos nas respostas, ultrapassaremos os obstáculos. Com menos fazemos muito mais.

Na fé, não existimos para nós. A vaidade ou vanglória não nos interessa. Usamos tudo nos mais débeis e por causa destes não teremos de lutar. Não somos contra ninguém. Somos pelos pobres! No próximo fim-de-semana teremos o Átrio dos Gentios. O Tema é o “Valor da Vida” e é pela vida com valor infinito que trabalhamos!

 

+ Jorge Ortiga, A. P.

10 de Novembro de 2012, Misericórdia de Vila Verde.