Arquidiocese de Braga -

17 março 2014

PROCISSÃO DO SENHOR DOS PASSOS EM BARCELOS

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O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, pediu ontem aos cristãos que, olhando para os passos de Jesus, ajudem quem mais sofre com a crise económico-financeira do país. O apelo foi deixado no final da Procissão do Senhor dos Passos, em Barcelos, a qual foi

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O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, pediu ontem aos cristãos que, olhando para os passos de Jesus, ajudem quem mais sofre com a crise económico-financeira do país.  

O apelo foi deixado no final da Procissão do Senhor dos Passos, em Barcelos, a qual foi acompanhada por uma multidão de fiéis, entre a igreja Matriz e o templo do Senhor da Cruz.

«Os passos de Jesus também estão nas ruas, nos apartamentos, na situação social do nosso país que importa passar por lá. Tenhamos um coração que vê e uns olhos também que são capazes de se compadecer com o mal de quem sofre, na solidão, de quem necessita de algo para viver, de quem está escondido na pobreza envergonhada», disse o prelado. 

D. Jorge Ortiga frisou que «os passos de Jesus» estão também dentro das igrejas e capelas, ou seja, nas comunidades paroquiais, «porque nem sempre elas são a presença de Jesus».

A este respeito, lamentou que haja «liturgias repetitivas, quase que sempre iguais, sem ardor, sem calor, muitas vezes quase que só celebradas por sacerdotes, porque faltam ministérios laicais, ou seja, homens e mulheres que ousem preparar-se convenientemente para servir na Liturgia».

Desta forma, desafiou os cristãos a revitalizarem a sua Fé, para que ela seja «verdadeiramente professada», «dignamente celebrada», «corresponsavelmente vivida e seja também anunciada».

A Procissão foi antecedida do Sermão do Pretório, na igreja Matriz, onde começou a evocação do cenário da Paixão de Cristo.

O prior de Barcelos, Monsenhor Abílio Cardoso, convidou crentes e não crentes, praticantes e não praticantes a irem ao encontro do Senhor dos Passos, «Ele que é o gerador da verdadeira liberdade».

Mais tarde, no Sermão do Encontro, o sacerdote lembrou os mártires católicos perseguidos em todo o mundo, criticou a ONU por não defender a Família convencional e ser a favor de políticas que promovem o aborto e a homossexualidade.

Monsenhor Abílio Cardoso condenou ainda os países da Europa que aprovaram leis a favor do aborto, da eutanásia e onde crescem os cultos ateus e agnósticos.

O casamento  entre pessoas do mesmo sexo, a coadoção, as desigualdades sociais (fosso cada vez maior entre ricos e pobres) foram também temas alvo de crítica.

«Urge resgatar o ser humano do ateísmo», defendeu Monsenhor Abílio Cardoso, para quem a «rutura com a Igreja está a gerar novas solidões».

A Procissão saiu da igreja Matriz em direção ao Santuário do Senhor da Cruz, percorrendo várias artérias do centro histórico da cidade em compasso lento e compenetrado.

O momento mais alto das celebrações aconteceu com o Sermão do Encontro, no topo da Avenida da Liberdade, em que a imagem de Nossa Senhora das Dores saiu ao encontro da imagem de Seu filho, Jesus Cristo, ficando os andores frente a frente durante alguns minutos.

Depois do Sermão, o cortejo religioso desceu até ao templo do Senhor da Cruz, onde recolheu, terminando as cerimónias com a bênção com o Santo Lenho.

À semelhança dos últimos anos, integrou grande número de figurados, que representaram quadros bíblicos alusivos à Paixão de Jesus, para além de escuteiros, bombeiros, membros da Comissão da Procissão dos Passos, várias Confrarias de Barcelos, a Irmandade do Senhor da Cruz e a Irmandade de Santa Maria Maior.

Tomaram parte também neste cortejo religioso, em que é retratada a caminhada de Jesus para o Calvário, o vice-presidente da Câmara de Barcelos, o deputado do PSD Nuno Reis, entre outras autoridades civis. 

DM, 17 de Março de 2014