Arquidiocese de Braga -

29 abril 2014

500 ANOS DO NASCIMENTO DE FREI BARTOLOMEU DOS MÁRTIRES

Fotografia

A Arquidiocese de Braga vai aproveitar a celebração dos 500 anos do nascimento do antigo Arcebispo Beato D. Frei Bartolomeu dos Mártires, efeméride que se assinala no próximo dia 3 de maio, para «suscitar a devoção» àquela figura maior da Igreja de Braga

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A Arquidiocese de Braga vai aproveitar a celebração dos 500 anos do nascimento do antigo Arcebispo Beato D. Frei Bartolomeu dos Mártires, efeméride que se assinala no próximo dia 3 de maio, para «suscitar a devoção» àquela figura maior da Igreja de Braga e, assim, potenciar o surgimento de um novo milagre para que possa ser elevado à categoria de santo.

Este é um dos objetivos do ciclo de comemorações que se iniciará no próximo mês e cujo programa foi revelado ontem, em conferência de imprensa, pelo Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga.

O encontro com os jornalistas ocorreu na Galeria dos Arcebispos, do Paço Episcopal de Braga, junto ao retrato do Beato D. Frei Bartolomeu dos Mártires, no qual foi destacado o seu trabalho como homem da Igreja - designadamente o importante papel que teve no Concílio de Trento - e como protagonista do desenvolvimento de Braga.

Assim, no dia 3, às 16h30, é dado início à exposição, no Paço Episcopal, do painel com o rosto do beato e que esteve na cerimónia de beatificação (2001), em Roma. Às 17h30, é celebrada Missa na Sé e, à noite, às 21h15, é benzido o busto relicário que será exposto à veneração na Sé de Braga. Segue-se um concerto pelo “Choeur des Quatre Vents”, de Riantec-Bretagne.

As comemorações prosseguem no dia 17 de julho, às 21h30, no Museu Pio XII, com o lançamento de dois selos de correio. No dia 18, dia litúrgico do beato, às 10h00, o Auditório Vita acolhe um encontro/debate com padres das diovceses de Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança, bem como com o Provincial dos Dominicanos. À tarde, em Viana do Castelo, é celebrada uma Missa junto ao Convento de S. Domingos, local onde morreu D. Frei Bartolomeu dos Mártires.

Estátua em Braga em 2015

Para além da difusão de bustos relicários (a Arquidiocese tem na sua posse, desde quarta-feira, uma vértebra, uma costela e uma omoplata como relíquias do beato) pela Arquidiocese de Braga, D. Frei Bartolomeu dos Mártires terá uma estátua na cidade de Braga, a colocar no local onde hoje se encontra a imagem de D. João Peculiar.

O anúncio da criação da estátua foi feito pelo presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, na mesma conferência de imprensa. O autarca asseverou que a edilidade está apostada em «corrigir injustiças históricas» para com diversas personalidades, entre as quais vários Arcebispos.

Sem assegurar datas, Ricardo Rio disse que gostaria de inaugurar a estátua de homenagem ao Arcebispo Beato em 3 de maio de 2015. 

Quanto à imagem de D. João Peculiar, o autarca disse que será levada para o largo com o nome do também antigo Arcebispo de Braga.

Dados Biográficos

Bartolomeu Fernandes dos Mártires nasceu em Lisboa em Maio de 1514. Mártiresrecorda a igreja de S. Maria dos Mártires onde foi batizado e substituiu o apelido Vale que usara em memória do avô. Recebe o hábito dominicano a 11 de Novembro de 1528, faz o noviciado no mosteiro de Lisboa, concluindo os estudos filosóficos e teológicos em 1538.

Ensina nos conventos de Lisboa, “da Batalha” e Évora (1538-1557), passando a Prior de Benfica, em Lisboa (1557-1558). 

Eleito para Arcebispo de Braga, o Papa Paulo IV confirma-o, com a Bula “Gratiae divinae praemium”, datada de 27 de janeiro de 1559. É ordenado bispo em 3 de setembro em S. Domingos de Lisboa.

Inicia a sua atividade na então vasta Arquidiocese de Braga (que incluía os territórios das atuais dioceses de Viana do Castelo, Vila Real, e metade da diocese de Bragança-Miranda) no dia 4 de outubro de 1559. 

Notabilizou-se pela realização de visitas pastorais. Merece particular relêvo o “Stimulus Pastorum”, distribuído aos Padres dos Concílios Vaticano I e II, com mais de 20 edições. 

Em 23 de fevereiro de 1582 renuncia ao Arcebispado e recolhe-se ao convento em Viana do Castelo, onde viria a morrer a 16 de julho de 1590.

Em 4 de novembro de 2001 foi declarado beato.

DM, 25 de Abril de 2014