Arquidiocese de Braga -
20 maio 2014
OPINIÃO: NA PAZ DOS BONS
A notícia chegou quando preparava o descanso, pois que o meu dia começa cedo. Doeu, como doem as dores familiares. E, de facto, o senhor Dom Eurico Dias Nogueira é, pelo coração, da minha família!...
A notícia chegou quando preparava o descanso, pois que o meu dia começa cedo. Doeu, como doem as dores familiares. E, de facto, o senhor Dom Eurico Dias Nogueira é, pelo coração, da minha família!...
Habituei-me a considerá-lo assim, porque a sua simplicidade e proximidade o permitiram; porque a sua grandeza nunca foi distância e a sua orientação foi sempre firmemente paterna.
Compreendendo-me, ensinou-me. Aconselhando, mandou. Respeitando, perguntou para me tornar obediente sem custo.
Muitas vezes discutimos políticas e textos. Outras rimos juntos. E não deixou de rir quando ouviu na minha a sua voz imitada, pensando que de uma gravação se tratava...
Guardarei sempre a sua capacidade plural de perdoar e reconciliar; e aquele jeito de fazer de conta que estava distraído ou não entendia. Era o seu jeito de obrigar a repetir, porventura de forma mais mitigada, a frase que se soltara impertinente.
Nas próximas horas ou nos próximos dias, haverá palavras a tentar fazer justiça ao seu serviço à Igreja e ao país, sobre cujo percurso nunca deixou de se pronunciar. A fazer justiça à sua intervenção cultural e valentia. Porventura também ao seu humor, ao amor à família e terra natal, etc, etc.
Eu, hoje, não consigo outra palavra que esta oração dorida: meu querido Deus, concede ao Teu fiel servo Eurico a paz dos bons, no colo da Tua misericórdia.
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