Arquidiocese de Braga -

22 maio 2014

ARCEBISPO DE BRAGA DEFINE D. EURICO COMO 'O ADVOGADO DO HOMEM'

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A Sé Primacial de Braga foi pequena, ontem, para acolher as várias centenas de pessoas que quiseram render a última homenagem a D. Eurico Dias Nogueira, Arcebispo Emérito de Braga que faleceu na passada segunda-feira com 91 anos.

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A Sé Primacial de Braga foi pequena, ontem, para acolher as várias centenas de pessoas que quiseram render a última homenagem a D. Eurico Dias Nogueira, Arcebispo Emérito de Braga que faleceu na passada segunda-feira com 91 anos. 

Na Missa exequial, presidida pelo Arcebispo de Braga, participaram autoridades religiosas, civis e militares, destacando-se o Núncio Apostólico em Portugal, D. Rino Passigato, o Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, o Bispo emérito de Benguela (Angola), D. Óscar Braga, alguns bispos portugueses, a representante da Casa Civil da Presidência da República, Teresa Sanches, o Duque de Bragança, D. Duarte Pio, presidentes de câmara, antigos governadores civis.

Grande parte da Sé foi ocupada por sacerdotes, religioso e consagrados sobretudo da Arquidiocese de Braga que esteve representada ao mais alto nível, pelos seus bispos, e monsenhores e cónegos.

Na homília, o Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, definiu D. Eurico Dias Nogueira como o «Advogado do Homem», evocando a sua «ousadia, inteligência e audácia com que denunciaca todos os ataques feitos à dignidade humana, de um modo especial, os ataques à família».

«Considero que a melhor forma de resumir o apostolado de D. Eurico é defini-lo como o “Advogado do Homem”, não somente por ser doutorado em Direito Canónico e Civil, mas por ser um cristão que conseguiu rebater o legalismo ocasional, tão frequente entre nós, contrapondo-lhe um humanismo intemporal», disse o prelado.

Ainda sobre o percurso de D. Eurico Dias Nogueira, o Arcebispo Primaz realçou que o seu antecessor serviu o país e a Igreja em «dois grandes momentos de mudança da nossa sociedade»: os primeiros tempos do pós-25 de Abril de 1974 e do pós-Concílio Vaticano II. Períodos que classificou como «um tempo difícil, de indefinição e de procura de uma identidade própria, após a queda dos paradigmas socio-religiosos antecedentes».

Neste contexto, D. Jorge Ortiga lembrou o papel de D. Eurico, no acolhimento prestado aos retornados do Ultramar, frisando que ao ceder o Seminário Conciliar o então Arcebispo de Braga revelou que o «maior poder de um bispo não é a autoridade mas a caridade». 

«Se o Arcebispo Frei Bartolomeu dos Mártires [antigo Arcebispo de Braga] importou toda a reflexão pastoral do Concílio de Trento, ouso, na mesma linha, comparar D. Eurico como o importador de toda a novidade pastoral do Concílio Vaticano II», disse.

D. Eurico Dias Nogueira foi o último participante da Igreja Portuguesa nesse Concílio, o que para D. Jorge, acarreta para a Arquidiocese «uma maior responsabilidade na concretização desse sonho eclesial»

Natural de Dornelas do Zêzere, Concelho de Pampilhosa da Serra e Diocese de Coimbra, D. Eurico Dias Nogueira (1929-2014) dirigiu os destinos da Igreja Católica bracarense entre 1977 e 1999. Em dezembro iria cumprir 50 anos de episcopado.

DM, 22 de Maio de 2014