Arquidiocese de Braga -
26 maio 2014
DIA DA FACULDADE DE TEOLOGIA EM BRAGA
O diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa quer que a instituição que dirige seja um espaço de reflexão e de acolhimento dos sinais dos tempos e, que a teologia seja uma ciência viva e dialogante. Estes são os dois desafios que
O diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa quer que a instituição que dirige seja um espaço de reflexão e de acolhimento dos sinais dos tempos e, que a teologia seja uma ciência viva e dialogante.
Estes são os dois desafios que João Lourenço enumerou na passada sexta-feira em Braga, cidade que acolheu a celebração do Dia Nacional da Faculdade de Teologia, perante mais de 350 alunos. «Devemos enfrentar estes desafios sem medo e sem timidez já que esta será a nossa forma de testemunhar a força da fé que professamos e a coragem da missão que nos é confiada e que todos assumimos», acrescentou.
Na sessão solene, que decorreu no Auditório Vita, João Lourenço sublinhou a abrangência nacional desta comemoração realçando que esta é a forma de testemunhar a dimensão nacional que a Faculdade de Teologia tem no espaço da Universidade Católica Portuguesa (UCP) e no serviço que presta à Igreja e à causa da Teologia, enquanto domínio do saber, da investigação e na formação dos agentes da ação pastoral nas comunidades cristãs.
Na sua intervenção sublinhou o esforço que a Faculdade de Teologia tem vindo a fazer para responder às exigências e aos desafios que se colocam ao ensino superior. «É nossa convicção que a teologia não se deve alhear deste esforço, envolvendo todos, docentes e discentes, na melhoria da qualidade, quer na docência quer na investigação, que deve ser feita», disse.
O diretor defendeu que a unidade nacional da faculdade deve ser muito mais do que aquilo que está nos estatutos, realçando que ela deve ser realizada em outras expressões. «Mormente por aquelas que decorrem da missão que nos é confiada pela Igreja e as que estão presentes nos processos de acreditação dos nossos cursos na Agência para o Ensino Superior, às quais temos de responder de forma positiva nos processos de avaliação e reestruturação da faculdade em curso», acrescentou.
João Lourenço aproveitou ainda para realçar que este ano letivo, prestes a terminar, a Faculdade de Teologia propôs-se a realizar duas tarefas, ou seja, concluir o processo de auto-avaliação e percorrer um roteiro de reflexão e análise da sua identidade. «Estas duas tarefas, envolvendo toda a faculdade, vão trazer, após a sua conclusão, novas exigências e trazer-nos novos desafios em ordem à melhoria da qualidade e à definição de uma estratégia que nos comprometa a todos», garantiu. Para João Lourenço, esta será também uma oportunidade para o compromisso eclesial, que está na génese da UCP, seja reforçado e se torne mais presente no diálogo entre a Igreja e a Universidade.
Depois de João Lourenço coube a Armindo Vaz proferir a lição de sapiência que teve por título “As linguagens da Bíblia entre o autor de ontem e o leitor de hoje”, seguindo-se depois a apresentação do livro “A Fé da Igreja”, da autoria de professores da UCP, pelo Bispo de Bragança, D. José Cordeiro.
Aos jornalistas, o prelado revelou que a publicação é um curso interdisciplinar sobre a fé que pretende ser dedicado ao Cardeal José Policarpo, considerado um dos pais da Faculdade de Teologia. «É um curso sobre a fé, integrado no Ano da Fé proposto pelo Papa Bento XVI e que a Faculdade de Teologia, através do Instituto de Ciências Religiosas, acolheu», disse.
D. José Cordeiro evocou ainda a figura do Beato Frei Bartolomeu dos Mártires porque, sustentou, a Faculdade de Teologia e a sua presença em Braga vem na linha de continuidade da ação deste Arcebispo de Braga que implementou, na segunda metade do século XVI, as escolas pastorais.
Os estudantes da Faculdade de Teologia, reunidos em Braga, prestaram ontem uma homenagem ao Arcebispo emérito de Braga, D. Eurico Dias Nogueira, recentemente falecido.
O preito aconteceu no início da sessão solene que decorreu no Auditório Vita, cerimónia que abriu as comemorações do Dia Nacional da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa.
Um estudante, depois de traçar o percurso de vida de D. Eurico Dias Nogueira, sublinhou que, se a Faculdade de Teologia é hoje uma realidade, muito o deve a este prelado.
O diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa também realçou o trabalho importante realizado por D. Eurico Dias Nogueira no trajeto histórico e político das últimas décadas e a sua constante presença na Universidade Católica Portuguesa. «Aprendemos pela sua palavra, pelo seu trabalho, a respeitar e a escutar. Não sendo possível participarmos nas suas exéquias, queria, pelo menos, em nome da Faculdade testemunhar aqui publicamente este preito de homenagem que lhe devemos», disse João Lourenço.
D. Jorge Ortiga: Teologia gera comunhão se colocar Deus no centro
O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, defendeu ontem que os teólogos (professores e estudantes de Teologia) primam pelo desenvolvimento de uma reflexão que não prescinda de «recolocar ao centro o próprio Deus». Falando na homilia da Missa solene do Dia Nacional da Faculdade de Teologia, na Sé de Braga, o prelado indicou que o teólogo deve ser «em primeiro lugar» um «amigo de Deus» e que só com essa relação e envolvimento é possível uma reflexão que «promova a dignidade do homem». Evocando o Papa Francisco, D. Jorge Ortiga apelou para que professores e alunos não se contentem com uma «Teologia de gabinete» que gera «conclusões abstratas» e «longe do homem». Por outro lado defendeu a «redescoberta de uma Teologia eclesial em que a comunhão é o principal dinamismo que se concretiza na oração». Só assim, defendeu, é possível uma «reflexão teológica válida para evangelizar a cultura».
DM, 24 de Maio de 2014
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