Arquidiocese de Braga -

5 junho 2014

SUPERIOR GERAL DA COMPANHIA DE JESUS EM BRAGA

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O Superior Geral da Companhia de Jesus, o Padre Adolfo Nicolás, disse, ontem, em Braga, que o modo como o Papa Francisco vive o dia-a-dia e orienta a Igreja Católica «não agrada a muita gente». «Há sacerdotes e bispos que não estão contentes com o Papa, p

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O Superior Geral da Companhia de Jesus, o Padre Adolfo Nicolás, disse, ontem, em Braga, que o modo como o Papa Francisco vive o dia-a-dia e orienta a Igreja Católica «não agrada a muita gente».

«Há sacerdotes e bispos que não estão contentes com o Papa, porque ele vive uma vida mais humana e fala do Evangelho com uma sabedoria popular», precisou o líder máximo da Companhia de Jesus.

O Padre Adolfo Nicolás falava num encontro na Aula Magna da Faculdade de Filosofia, onde abordou o tema “Diálogo, Fé e Cultura”, a partir de um modelo de pergunta-resposta.

«Ao Papa não agrada o clericalismo, os privilégios», continuou o Superior Geral da Companhia de Jesus, depois de questionado se pode um Papa jesuíta proteger a Igreja de ataques e perseguições.

À frente da Companhia de Jesus dede 2008, Adolfo Nicolás  considera que o Papa Francisco não vai ser capaz de parar os ataques e perseguições à Igreja, mas, sendo jesuíta, pode contribuir para o diálogo interreligioso e pacificação no mundo (a recente visita à Terra Santa foi um sinal).

«O Papa vai ter dificuldades, mas está muito aberto a este diálogo interreligioso», asseverou o sacerdote espanhol, acrescentando que para haver um «diálogo sério é preciso conhecer o outro» e «em Roma não sabem quase nada das outras religiões, e não conhecendo as outras religiões é fácil projetar prejuízos, problemas».

Nesta passagem pela Faculdade de Filosofia, no âmbito de uma visita à Província Portuguesa da Companhia de Jesus, o Padre Adolfo Nicolás referiu-se ainda, superficialmente, à situação  da Europa, continente que, no seu entender, «perdeu a fé» e cultiva mais os valores económicos do que os valores humanistas.

O sacerdote lamentou que os políticos tenham «perdido a sabedoria», a qual é imprescendível 

para que se possa viver em união e em paz. Netes aspeto, a Religião e cultura, notou, podem colaborar «muito bem», neste mundo multicultural.

DM 5 de Junho de 2014