Arquidiocese de Braga -
16 junho 2014
CRISE 'EMPURRA' NAMORADOS PARA FORA DO CASAMENTO CATÓLICO
O número de noivos que frequentam os Cursos de Preparação para o Matrimónio (CPM) da Arquidiocese de Braga caiu em 2013 face a 2012 e tem sido um reflexo da descida dos casamentos católicos. A revelação foi feita no passado Sábado ao Diário do Minho pelo
O número de noivos que frequentam os Cursos de Preparação para o Matrimónio (CPM) da Arquidiocese de Braga caiu em 2013 face a 2012 e tem sido um reflexo da descida dos casamentos católicos. A revelação foi feita no passado Sábado ao Diário do Minho pelo casal coordenador da Associação dos Centros de Preparação para o Matrimónio, que “culpou” a crise por empurrar os jovens para a união de facto.
«É natural que a instabilidade causada pela crise que o país atravessa tenha levado a que um menor número de noivos tenha optado pelo casamento católico, que representa um assumir de compromissos que muitos namorados pensam não estarem, nesta altura, em condições de assumir», disse João de Barros Tarrio.
O responsável, que falava à margem do Conselho Arquidiocesano dos Centros de Preparação para o Matrimónio, fez saber que, «ao nível da Diocese de Braga, o número de casais que participaram nos Cursos de Preparação para o Matrimónio desceu um bocadinho, relativamente a 2012». Conforme acrescentou, os jovens «preferem namorar mais alguns anos», continuou João Tarrio, fazendo saber que «há muitos namorados que vivem em união de facto e que, mais tarde, vêm fazer CPM e casam pela Igreja».
Reportando-se às estatísticas que dão conta de uma descida maior dos casamentos católicos nos Arciprestados mais rurais, João de Barros Tarrio considera que essa realidade não resulta da falta de uma ação catequética e evangelizadora, mas do contexto económico do país. «Quando um dos noivos trabalha em Bragança e o outro em Lisboa e ambos têm contratos a termo, essa realidade empurra-os para uma situação de incerteza, fazendo com que não assumam o matrimónio», enfatizou, dando nota que têm acontecido casos em que casais nessa situação «vêm depois batizar os filhos e acabam por fazer os Cursos de Preparação para o Matrimónio e casar pela Igreja».
Os números avançados ontem na reunião do Conselho Arquidiocesano dos Centros de Preparação para o Matrimónio revelam que, em 2013, os 14 CPM realizados nos Arciprestados de Barcelos, Braga, Celorico de Basto, Esposende, Fafe, Famalicão, Guimarães, Vila do Conde/Póvoa de Varzim, Vila verde e Vizela contaram com 376 noivos. Guimarães foi o Arciprestado que mobilizou o maior número de nubentes (82), seguindo-se Vizela (64) e Barcelos (63). Os cursos de formação envolveram 113 casais que animam os 10 Centros de Preparação para o matrimónio existentes na Arquidiocese - casais animadores, presidentes, coordenadores e assistentes, sendo que o maior número casais formadores está fixado em Guimarães (11), Vizela (10) e Braga (9).
A sexualidade humana não é nenhum tabu nos Cursos de Preparação para o Matrimónio (CPM), sendo abordada de forma aberta e com clareza por especialistas. A ideia foi sublinhada por João de Barros Tarrio, para quem «os namorados e/ou os casais que falam que o CPM ou a própria Igreja colocam obstáculos a uma normal sexualidade humana falam com falta de conhecimento».
«Nós, no CPM, temos um tema que aborda a sexualidade. A abordagem é feita por especialistas e profissionais da saúde como médicos, enfermeiros e outros técnicos, que falam de todas as matérias e obre todos os contractivos», afirma João Tarrio, vincando que a abordagem à sexualidade é feita «com à vontade», sendo «enquadramento da sexualidade na doutrina da Igreja feito pelo sacerdote assistente».
Acrescentando que «a verdade é que a Igreja não coloca qualquer obstáculo absolutamente nenhum nesse sentido», aquele responsável sublinha que «há, sim, coisas que a Igreja nunca poderá mudar: o que Deus não aprova a Igreja também não o pode aprovar, como é o caso do aborto, por consistir na negação da vida», resume.
O santuário mariano do Sameiro acolhe no dia 12 de julho o primeiro encontro de casais católicos da Arquidiocese de Braga. Juntar centena e meia de famílias numa jornada de oração e convívio é o grande objetivo da realização, que vai ser promovida pelo Conselho Arquidiocesano dos Centros de Preparação para o Matrimónio (CPM).
A revelação foi feita ontem ao Diário do Minho pelo responsável pela coordenação dos CPM, à margem da reunião do Conselho Arquidiocesano. «O nosso objetivo é juntar centena e meia de casais», disse João de Barros Tarrio, que não colocou de lado a expectativa de o encontro mobilizar um maior número de casais unidos pelo sacramento do matrimónio.
O primeiro encontro convívio do CPM da Arquidiocese de Braga arranca às 10H30 do dia 12 de julho, com a receção aos participantes na rotunda do hotel João Paulo II. Para as 11H00 está agendada uma caminhada em oração até à basílica do santuário mariano, seguindo-se, pelas 11H30, uma eucaristia.
O almoço será marcado pela partilha dos bens alimentares que todos os participantes são convidados a levar, abrindo-se, assim, espaço a tarde em convívio. Animação musical e jogos tradicionais populares prometem marcar um tarde lúdica e que não vai deixar de fora da animação as crianças.
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