Arquidiocese de Braga -
16 junho 2014
RONDA DA LAPINHA DEDICADA AO PONTIFICADO DE PAPA FRANCISCO
O Largo do Toural, em Guimarães, voltou, ontem, a acolher uma verdadeira multidão de fiéis no tradicional clamor da Ronda da Lapinha. A população reuniu-se na sala de visitas da cidade berço para venerar e pedir indulgências às senhoras da Lapinha e da Na
O Largo do Toural, em Guimarães, voltou, ontem, a acolher uma verdadeira multidão de fiéis no tradicional clamor da Ronda da Lapinha. A população reuniu-se na sala de visitas da cidade berço para venerar e pedir indulgências às senhoras da Lapinha e da Nazaré, mas sobretudo para rezar pelo pontificado do Papa Francisco.
A 402.ª edição da Ronda da Lapinha foi, ontem, integralmente dedicada ao pontificado do Papa Francisco. Depois de ter recebido uma camisola do Vitória e uma canção especialmente dedicada denominada “Clamor pelo Papa Francisco”, ontem entoada pelo futebolista Neno [caixa], que também foi enviada em CD ao Sumo Pontífice, os peregrinos entoaram também mil avé-marias em memória do Sumo Pontífice.
Em reconhecimento por aqueles gestos, o Papa Francisco agraciou todos os peregrinos da Ronda da Lapinha com uma Benção Apóstólica, cujo teor foi integralmente lido à multidão, no Largo do Toural, pelo cónego João Paulo Abreu. De resto, o clamor proferido na “meia maratona de fé” pelo vigário-geral da Arquidiocese de Braga foi também integralmente dedicado à prinicipal intenção da ronda.
Referindo-se aos gestos permanentes de paz do Santo Padre, o prelado pediu que se reze «pela paz nas famílias, no ambiente de trabalho e no nosso coração». A temática do coração serviu também para o cónego José Paulo Abreu centrar o clamor nas famílias, nos jovens e nas crianças, de quem o Papa Francisco é especialmente próximo. «As nossas famílias, atravessadas por tantas crises, dilaceradas por tantos problemas, vítimas de tantos atentadados, estão no coração do Papa. As famílias têm que ser alcofas de amor, espaços de estabilidade e afeto, onde todos cabemos para nos abraçar, nos darmos e queremos bem, mostrando que os melhores sentimentos são possíveis», formulou.
Dirigindo-se à multidão que voltou, ontem, a acolher com palmas as imagens das senhoras da Lapinha e da Nazaré, na sala de visitas da cidade-berço, o vigário-geral da Arquidiocese de Braga acrescentou que «ao pensarmos na Igreja não devemos pensar apenas no Papa, nos bispos, cardeais ou sacerdotes, mas em cada um de nós, todos os batizados, porque todos somos família de Deus. Devemos todos dar o nosso contributo para uma Igreja mais fiel ao Evangelho e ao amor de Jesus Cristo», pediu.
O título de “meia maratona da fé”, atribuído pelo Arcebispo de Braga à Ronda da Lapinha, vem-se afirmando e fortalecendo. A Irmandade de Nossa Senhora da Lapinha está apostada em afirmar a Ronda como «a maior manifestação religiosa da cidade» de Guimarães, tendo, ontem, voltado concretizar uma peregrinação «muito especial». «O Papa Francisco é para nós muito especial e esta Ronda, sendo-lhe dedicada, correspondeu integralmente a este desígnio», considerou Florentino Cardoso, juiz da Irmandade da Lapinha.
Ainda segundo o mesmo responsável, aquela jornada de grande devoção mariana, na qual milhares de fiéis se voltaram a deslocar desde o Santuário da Senhora da Lapinha, na freguesia de Calvos, até à igreja de Nossa Senhora da Oliveira, em Guimarães, para participarem na tradicional e secular Ronda, também vai ser enviada ao Papa Francisco. «Tal como fizemos antes com a camisola, os livros de Guimarães e a gravação da música, também agora vamos enviar toda a documentação que obtivermos desta peregrinação e vamos enviar para o Papa Francisco», revelou Florentino Cardoso.
Recorde-se que a festividade religiosa acontece sempre no domingo imediato ao dia 13 de junho, coincidindo com a celebração do solstício de verão, tempo de maturação dos frutos. A Senhora da Lapinha é transportada no seu andor ao longo de 21 quilómetros. Sai da freguesia de Calvos, na encosta da Penha, pelas 13h00, e ruma, em procissão, até à igreja de Nossa Senhora da Oliveira, no centro histórico da cidade de Guimarães. Depois de cumprido o clamor, regressa a “casa”, concluindo assim a mais extensa procissão conhecida e concretizada numa só tarde.
A imagem da Senhora da Lapinha é uma das mais milagrosas e queridas do concelho vimaranense e terras circunvizinhas, congregando em seu redor atualmente «não apenas as pessoas do campo, mas gente de todo o lado e de todas as classes sociais». Na romaria mariana profundamente ligada à vida das gentes do campo, ontem, muitos foram também rogar o patrocínio de Maria para as horas amargas da crise ou de desânimo.
DM 16 de Junho de 2014
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