Arquidiocese de Braga -
14 julho 2014
BEIRIZ CELEBRA RECONSTRUÇÃO DE IGREJA
«Quem como eu esteve nesta igreja momentos depois do desastre que se abateu e quem entra agora louva a Deus pela comunidade que conseguiu concretizar esta obra», declarou ontem o Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, na homilia da Missa solene de inauguraç
«Quem como eu esteve nesta igreja momentos depois do desastre que se abateu e quem entra agora louva a Deus pela comunidade que conseguiu concretizar esta obra», declarou ontem o Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, na homilia da Missa solene de inauguração das obras de remodelação da igreja paroquial de Beiriz, arciprestado e concelho da Póvoa de Varzim.
O prelado, presidiu à cerimónia de inauguração dos trabalhos que reconstruíram aquele templo depois deste ter sofrido graves danos estruturais causados pela queda de um raio no dia 29 de novembro de 2008 e que levou mesmo à derrocada de uma das torres sineiras.
Perante a tragédia, salientou D. Jorge Ortiga, a paróquia de Beiriz «não se ficou pelas lamentações, pelas lágrimas e na resignação, mas sentiu que se deveria unir para devolver o esplendor que a casa de Deus merece». Por isso, o Arcebispo Primaz «louva a Deus» pela comunidade que Beiriz representa e aponta que esta tem agora «todas as condições» para louvar a Deus com uma liturgia «digna e bela».
Apesar de terem sido investidos mais de 700 mil euros nos trabalhos que se estenderam à totalidade da igreja, dos quais «a quase totalidade está praticamente saldada», como avançou o pároco ao Diário do Minho, D. Jorge Ortiga sublinhou a dignidade e não a opolência ou riqueza que o louvor a Deus, através dos atos litúrgicos, deve ter.
«Que bom seria que todas as comunidades paroquiais olhassem para os seus templos e, nos melhoramentos que executam, primassem pela perfeição», desejou o Arcebispo de Braga, aconselhando que será preferível «fazer menos e pouco a pouco e melhor».
Agora, que as obras físicas estão concluídas, D. Jorge Ortiga lançou o desafio para que Beiriz cresça mais como comunidade, já que este, ao contrário da tarefa inicial, «está sempre inacabado».
«Esta paróquia tem de ser comunidade de fé», declarou o Arcebispo Primaz, apontando que é essa mesma fé, que diferencia a comunidade cristã de uma qualquer outra associação. «Mais do que uma associação, ela partilha uma comunhão de pessoas», frisou, acrescentando que os cristãos deverão viver atentos «uns aos outros» e «cuidarem-se uns aos outros».
«Não sejamos cristãos “faz de conta”», pediu o prelado, apelando a que se manifeste a fé «através de obras, acompanhadas por uma palavra oportuna».
O pároco, padre Delfim Pinto Coelho, era ontem um homem agradecido à «quase totalidade» da comunidade local e, face à obra feita, declarou: «Isto é vosso!»
«Fomos generosos num momento tão difícil e conseguimos tudo pelo amor que temos a Deus», frisou o sacerdote não esquecendo de apontar que os cerca de cinco anos e meio foram um «longo e penoso período».
No dia 29 de novembro de 2008, um raio fez colapsar parte de uma das duas torres e, com o desabar das pedras, o interior do templo ficou parcialmente destruído. As instalações elétrica e de som foram destruídas e muitas outras coisas foram danificadas.
Nestes últimos anos, a intervenção abordou a igreja de uma forma geral e tudo foi alvo de um profundo restauro.
Como resultado, Beiriz tem agora uma igreja com uma beleza superior à de um templo novo.
Para fazer face à necessidade de fundos, a paróquia desdobrou-se em várias iniciativas, como foram exemplo os cortejos de oferendas. Também colaboraram instituições como a Câmara da Póvoa de Varzim e a própria Arquidiocese, bem como «muita gente anónima» e os emigrantes, particularmente um grupo a residir em Londres.
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