Arquidiocese de Braga -

Saiu ontem às ruas das Caxinas, em Vila do Conde, a majestosa procissão em honra do Senhor dos Navegantes. Um momento que serviu não só para pedir, mas sobretudo para agradecer a proteção que tem sido dada a toda a comunidade pelo «Senhor dos Senhores», como apelidou o Monsenhor Domingos Araújo, pároco das Caxinas. 

Para o responsável, este é «um momento de culto de memória e gratidão» ao padroeiro não só das Caxinas mas de toda a comunidade. «Não haja dúvidas que todos os homens que trabalham no mar trabalham sob a proteção d’Ele, que continua a ser muito amigo desta gente», sustentou, lembrando que a perda de pessoas, como acontece frequentemente a quem vive do mar, «causa proximidade de Deus». «As pessoas vivem às vezes um pouco distraídas e quando acontecem factos dolorosos, refletem e acabam por se apegar mais às proteções divinas», disse. E, referindo-se ao caso concreto das Caxinas, uma comunidade piscatória, explicou que «uma tragédia não afasta as pessoas de Deus mas, pelo contrário, faz com que elas se sintam mais próximas de Deus e umas das outras». 

«Um naufrágio aqui provoca uma onda de solidariedade muito grande entre as pessoas ao ponto de se sentirem uma só família», acrescentou, vincando que, apesar das tragédias que vão sucedendo, Deus está sempre presente. 

Eram 16h00 em ponto quando saiu da igreja a procissão do Senhor dos Navegantes com 16 andores e mais de mil participantes. Cada um dos andores, correspondente a uma tripulação, levou um Santo. O Senhor dos Navegantes este ano foi entregue à tripulação do barco “Filipa Miguel”. A Senhora da Bonança foi transportada pela tripulação do “Ajudado por Deus”; a Senhora de Fátima pelos Pescadores do “Fascínios do Mar” e a Senhora da Luz pela “Vera Marina”. A tripulação do “Mestre Coentrão” carregou a Senhora da Graça, enquanto que a da “Fé em Santa Clara” transportou o Coração de Jesus. 

O Cristo Rei foi levado pelos pescadores do “Reino de Cristo” e S. José pela “Adelaide Lucília”. S. Pedro e S. Paulo foram transportados, respetivamente, pelas “Viana Coentrão” e “Craveiro Flores”. Os membros do “Mãe Puríssima” carregaram aos ombros o andor de S. Clemente e S. Francisco foi transportado pelo “Avô Vareiro”. Santo António foi levado pela “Mestre Cruz” e Santa Rita pela tripulação do “Cristiano Raquel”. Os pescadores da “Arca do Futuro” levaram S. Sebastião e os da “São Donato” ficaram encarregues do transporte do Senhor da Prisão.