Arquidiocese de Braga -

Mário Soares faleceu hoje. Estava hospitalizado desde o dia 13 de Dezembro no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.

Nasceu em Lisboa, a 7 de Dezembro de 1924, filho do antigo sacerdote, professor e pedagogo, João Lopes Soares, e de Elisa Nobre Baptista, professora. 

Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1951, e em Direito, em 1957.

Mário Soares foi advogado e professor do ensino secundário particular. Dirigiu também o Colégio Moderno, fundado pelo pai, sendo depois sucedido pela esposa, Maria de Jesus Barroso Soares e pela filha, Isabel Barroso Soares.

Como advogado defensor de presos políticos, participou em vários julgamentos realizados no Tribunal Plenário e no Tribunal Militar Especial. Representou personalidades como Álvaro Cunhal e a família de Humberto Delgado durante a investigação do seu alegado assassinato. 

Resistente ao regime do Estado Novo e opositor do Salazarismo, foi preso mais de uma dezena de vezes pela PIDE. Chegou a estar deportado sem julgamento, em África. Também esteve exilado em França, de onde regressou três dias depois da revolução de 25 Abril de 1974.

Mário Soares foi Ministro dos Negócios Estrangeiros, de Maio de 1974 a Março de 1975, e um dos impulsionadores da independência das colónias portuguesas.

Foi Primeiro-Ministro de Portugal entre 1976 e 1977 (I Governo Constitucional), em 1978 (II Governo Constitucional) e entre 1983 e 1985 (IX Governo Constitucional).

Um ano depois, tornava-se Presidente da República, até 1996.

Em 2007, o Governo indicou Mário Soares para presidir à Comissão da Liberdade Religiosa, tendo sido reconduzido em 2011.

O primeiro-ministro, António Costa, já anunciou que o Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.