Arquidiocese de Braga -

Um dos aliados mais próximos do Papa Francisco na luta contra as alterações climáticas, D. Marcelo Sánchez Sorondo, afirmou que, se bem sucedido, o plano de Donald Trump de retirar os EUA do acordo assinado em Paris (2015) será um “desastre” e “um estalo na cara do Vaticano”.

“Seria um desastre para toda a gente. Há pouco mais a dizer”, afirmou em declarações ao Jornal La Repubblica ao voltar de um encontro nas Nações Unidas relacionado com as alterações climáticas.

“Não sei o que Trump e o Papa conversaram. Não acredito, no entanto, que a conversa tenha sido detalhada no que diz respeito ao clima. Sei, porém, que o Presidente dos Estados Unidos da América falou sobre isso na conversa que teve com o Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano”, afirmou Sorondo.

Foi nesse sentido que o bispo argentino afirmou que, a acontecer, a retirada de Trump será um “estalo na cara do Vaticano” também. Trump já fala em assumir esta posição há muito e, de acordo com o bispo, esta é motivada pelo “lobby” do óleo.

Recusar reconhecer que não é necessário nem indispensável os países apoiarem-se no carbono e no óleo “é como dizer que a Terra não é redonda”, terá dito Trump.

“É um absurdo, apenas motivado pela necessidade de fazer dinheiro”, afirmou Sorondo. “Em qualquer caso, é preciso dizer que, infelizmente, Barack Omaba é parcialmente responsável por esta situação”.

Questionado sobre esta afirmação, o bispo adiantou que Obama tomou novas decisões sobre o clima através de decreto presidencial, o que permitiu ao seu sucessor fazer as mudanças que quiser.

“Este é o problema. Hoje Trump consegue virar as cartas na mesa num só dia, trazendo desvantagens para muitos a favor do lobby do óleo porque ninguém interveio de forma mais incisiva e definitiva antes “.

Espera-se que o Presidente dos Estados Unidos revele a sua decisão oficial, com todos os pormenores, sobre a retirada do acordo de Paris hoje.

Artigo publicado em Crux Now. Tradução e adaptação de DACS.