Arquidiocese de Braga -

Na reta final do Tempo da Quaresma, no qual fomos impelidos a fazer um caminho espiritual de conversão, libertando os pesos que dificultam a nossa passagem da morte para a vida, da tristeza para a alegria, do luto para a esperança, a vivência do Tríduo Pascal, centro de toda a vida cristã, é um convite para penetrarmos os acontecimentos centrais da Redenção, de fazer memória do Mistério Pascal de olhos postos em Jesus como paradigma de amor e serviço ao próximo.

Com a celebração de Lava-Pés e da Instituição da Eucaristia, sob as espécies do pão e do vinho, Jesus deixa-nos a esperança da Sua presença a cada um de nós, a todos sem exceção. Ao terminar a Eucaristia, o Senhor é transladado para um Sacrário lateral. Este é o momento de nos colocarmos diante do Santíssimo Sacramento, rezando e vigiando, tal e qual o Divino Mestre pediu aos discípulos que o fizessem no Monte das Oliveiras.

Chegados à sexta-feira, com a celebração da Paixão e Morte de Cristo, diante do madeiro da Cruz, contemplamos a mais sublime manifestação de amor de Deus pela humanidade, a dádiva da vida de Jesus vencedor da morte, que transformou a cruz em símbolo da vida. Este é um dia de tristeza e de luto, mas muito mais uma oportunidade para reforçar a nossa fé, despertar a nossa esperança cristã e a audácia de assumirmos as nossas cruzes com humildade e confiança na vitória do Amor.

O sábado santo é o dia da ausência e do sepulcro, é o tempo de silenciar e rezar até a Vigília Pascal. Esta é a noite santa em que o Senhor ressuscitou, considerada como «mãe de todas as vigílias», na qual a Igreja espera em vigília a ressurreição de Cristo e celebra os sacramentos (cf. Instrução Geral do Missal Romano, 21).

Que a vivência profunda do Tríduo Pascal nos ajude a despertar a esperança nos irmãos que dela carecem, testemunhada através da nossa alegria jubilosa e pelos gestos de amor aprendidos de Jesus, que venceu a morte e nos restituí a vida em plenitude.

Fátima Marques & Filipa Andrade Lopes