Arquidiocese de Braga -

18 junho 2018

Roteiro dos Quatro Santos Arcebispos realça importância do Património

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DACS | Fotografias: DACS

Os próximos dias 9, 12 e 13 de Julho estão reservados para o clero dos restantes arciprestados poder fazer o mesmo percurso de hoje.

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A Arquidiocese de Braga apresentou hoje em conferência de imprensa o "Roteiro dos Quatro Santos Arcebispos de Braga", um percurso turístico e de aprofundamento cultural que se pretende afirmar também como itinerário espiritual de peregrinação. A iniciativa nasce no âmbito do Ano Europeu do Património Cultural.

Depois da conferência, um grupo de sacerdotes de Vila do Conde e Póvoa de Varzim inaugurou o roteiro que deve ser percorrido por ordem cronológica: é por S. Martinho de Dume (Bispo e evangelizador dos suevos, séc. VI) que se inicia o itinerário, passando depois por S. Frutuoso (cultura Visigótica, séc. VII) e S. Geraldo (construção e edificação da cidade de Braga, séc. XII), sendo S. Bartolomeu dos Mártires (Concílio de Trento, séc. XVI)  a fechar o percurso.

"Para já estamos a fazer esta experiência com sacerdotes, mas o que pretendemos depois é abrir a iniciativa às paróquias e à cidade. Queremos que este roteiro suscite uma paixão pelo património e que as pessoas percebam a importância da sua preservação, conservação e requalificação, de modo a que dele possam usufruir plenamente. Não queremos que seja uma iniciativa encerrada na própria Igreja, por muito que o Património seja uma forma de evangelizar. Penso que esta máxima se aplica a todos: para podermos compreender a nossa vida, temos de olhar para trás", explicou o Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga.

Os próximos dias 9, 12 e 13 de Julho estão reservados para o clero dos restantes arciprestados poder fazer o mesmo percurso de hoje numa visita que terá sensivelmente a duração de uma hora. D. Jorge Ortiga afirmou ainda que, mesmo para os sacerdotes, a visita às obras e legado dos "Santos Arcebispos" pode representar terreno desconhecido.

"Por vezes pensamos que conhecemos e isso não acontece. Ou se acontece, é de forma muito superficial. Os nossos cristãos não conhecem o património que têm. É caso para dizer que há um património desconhecido à sua espera! Sempre com visitas guiadas, com descrição histórica e/ou arqueológica", reiterou.

Já o Cónego José Paulo Abreu, Deão do Cabido da Sé, onde nasceu a iniciativa, salientou a importância das explicações que o roteiro oferece.

"Nunca ninguém sabe tudo e mesmo que se conheça muito... recordar é viver! Trata-se da nossa história, das nossas raízes, das glórias dos nossos arcebispos!... E todo este património acompanhado das devidas e fundamentadas explicações é de louvar. Hoje os nossos sacerdotes ficam mais ricos em conteúdo, espiritualidade e mais abertos à estima pelo nosso património. Não podemos esquecer que cada padre é gestor de um património e tem de ser transmissor desse mesmo património. O património é um púlpito, é uma bíblia sem palavras, é pastoral, evangélico!", sublinhou.

Na conferência de imprensa esteve também presente o Cónego Hermenegildo Faria, membro do Cabido e responsável pela organização do roteiro.  No caso do Núcleo de Dume, onde foi apresentada a iniciativa, há a possibilidade de visitas inclusivas – para invisuais e pessoas com deficiência – ao local. Durante a apresentação foi distribuído um desdobrável que, além de constituir material de apoio às visitas, contempla também uma oração a cada um dos Arcebispos baseada nos seus escritos.

Relativamente à abertura do "Roteiro dos Quatro Santos Arcebispos de Braga" à comunidade em geral, o Arcebispo manifestou-se confiante na adesão de bracarenses e turistas em geral.

"Há mercado, creio que sim, até porque o mercado também está na capacidade que temos de oferecer e de propor determinadas coisas. Estou convencido que os habitantes locais vão aderir bem. Claro que desejamos que as gentes de Braga conheçam bem aquilo que têm, mas também pensamos nos turistas. Faço até votos de que os nossos guias turísticos façam deste roteiro um marco. Estou plenamente convencido de que se um turista fizer este percurso durante um dia será capaz de compreender a história de Braga ao longo dos séculos. Os diversos momentos da história de Braga passam todos por aqui", concluiu.