Arquidiocese de Braga -

9 janeiro 2020

Francisco pede a EUA e Irão que mantenham o diálogo

Fotografia Vatican News

DACS

Papa defendeu um mundo “sem armas nucleares” e pediu também uma reforma da ONU.

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O Papa Francisco renovou hoje o apelo aos Estados Unidos da América e ao Irão para evitar um agravamento do conflito e pediu para que os dois países mantenham acesa a chama do diálogo e do auto-controlo. As declarações fizeram parte de um longo discurso ao corpo diplomático acreditado junto da Santa Sé, que representa 183 diferentes países.

O sumo pontífice avisou ainda que a escalada de tensão entre as duas nações arrisca comprometer a reconstrução gradual do Iraque, assim como estabelecer as bases para um conflito mais vasto que todos queremos evitar.

Francisco lamentou o facto de que a nossa família humana está marcada e ferida por uma sucessão de guerras cada vez mais destrutivas que afectam especialmente os pobres e os mais vulneráveis e acrescentou que não podemos desistir da esperança e que fazer isso requer coragem: Significa reconhecer que o mal, o sofrimento e a morte não terão a última palavra, e que mesmo as mais complexas das questões podem e devem ser enfrentadas e resolvidas.

No discurso, o Papa olhou para o ano que passou e sublinhou uma série de problemas que insistiu serem ainda dignos de atenção em 2020, como o aquecimento global, focando-se na promoção da paz e do diálogo.

Francisco defendeu assim “um mundo sem armas nucleares” como possível e necessário. É tempo que se tornem cientes disto mesmo quantos têm responsabilidades políticas, porque não é a posse dissuasora de poderosos meios de destruição de massa que torna o mundo mais seguro”, disse.

Nessa parte, o Papa Francisco recordou o encontro com sobreviventes aos bombardeamentos atómicos de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em Novembro de 2019, que o fez afirmar ser evidente “que não se pode construir uma verdadeira paz sobre a ameaça duma possível aniquilação total da humanidade provocada pelas armas nucleares”.

Deixando poucos temas por abordar, Francisco pediu “uma reforma geral do sistema multilateral” a partir do sistema das Nações Unidas, depois de afirmar que esta organização tem sido, em grande parte, um sucesso, especialmente para evitar outra guerra mundial”.

O sumo pontífice não deixou de parte também a importância de preservar o “projecto europeu”, “exemplo de hospitalidade e equidade social” e que continua a ser uma garantia fundamental de desenvolvimento para quem faz parte dele há algum tempo e uma oportunidade de paz, depois de turbulentos conflitos”.