Arquidiocese de Braga -
31 março 2021
Francisco aponta a Cruz de Cristo como “sinal de esperança”
DACS
Na catequese desta quarta-feira sobre o Tríduo Pascal que se inicia amanhã, 1 de Abril, o Papa falou também dos “crucificados” da actualidade.
O Papa afirmou esta quarta-feira que a Cruz de Cristo é “o sinal de esperança que não desilude” e que “nem uma lágrima, nem sequer um gemido se perdem no desígnio de salvação de Deus”. Na catequese sobre o Tríduo Pascal, Francisco evocou também as vítimas dos vários problemas da actualidade como os “muitos, demasiados crucificados de hoje”.
Lembrando que este é o segundo ano consecutivo em que a Páscoa é vivida em pandemia, o Papa disse que, “em tantas situações de sofrimento, especialmente quando quem as padece são indivíduos, famílias e populações já provados pela pobreza, calamidades ou conflitos, a Cruz de Cristo é como um farol que aponta o porto aos navios ainda a flutuar num mar tempestuoso”.
Falando especificamente do tema da Sexta-feira Santa, Francisco falou de um “Calvário de morte” e pediu para relembrar “todas as guerras que se estão a fazer neste momento; todas as crianças que morrem de fome, que não têm acesso à Educação; populações inteiras destruídas pelas guerras, o terrorismo; tantas, tantas pessoas que, por se sentirem um pouco melhor, têm necessidade da droga; a indústria da droga, que mata”.
Para o sumo-pontífice, ao adorar a Cruz, “reviveremos o caminho do Cordeiro inocente, imolado para a nossa salvação. Teremos na mente e no coração o sofrimento dos doentes, dos pobres, dos descartados deste mundo; recordaremos os «cordeiros imolados», vítimas inocentes de guerras, ditaduras, violência diária, abortos… Levaremos diante da imagem do Deus crucificado, em oração, os muitos, demasiados crucificados de hoje, que só dele podem receber o conforto e o significado do seu sofrimento”.
O Papa Francisco lembrou que é com a Missa da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, que começa o Tríduo Pascal, e que é nesse momento que Jesus “nos pede para nos amarmos uns aos outros, tornando-nos servos uns dos outros, como fez ao lavar os pés dos discípulos”.
O Sábado Santo é “o dia do silêncio” e “o dia de Maria”, que o passa “em lágrimas” mas com o coração “cheio de fé, cheio de esperança, cheio de amor”, sendo Maria quem preserva “a esperança na promessa de Deus que ressuscita os mortos” e tornando-se, por isso, “Mãe dos crentes, Mãe da Igreja e sinal de esperança”.
É “na escuridão do Sábado Santo” que irrompem “a alegria e a luz com os ritos da Vigília pascal e o canto jubiloso do Aleluia”, com a ressurreição que dá “a certeza de que o bem triunfa sempre sobre o mal, que a vida vence sempre a morte e que o nosso fim não é descer cada vez mais, de tristeza em tristeza, mas subir às alturas”.
Francisco recordou que os soldados que guardavam o túmulo se deixaram corromper, aceitando dinheiro para mentir sobre o que tinham visto, e usou esse exemplo para lembrar que “há dois senhores no mundo”, Deus e o dinheiro, pediu para pensar “nas tantas vezes em que homens e mulheres, cristãos, foram pagos para não reconhecer, na prática, a Ressurreição de Cristo, e não fazem o que Jesus nos pediu para fazer, como cristãos”.
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