Arquidiocese de Braga -

6 julho 2021

Morreu o Pe. Stan Swamy, sj, detido na Índia

Fotografia

DACS com Ponto SJ

Sacerdote indiano tinha sido preso a 8 de Outubro sob falsas acusações de terrorismo. Faleceu aos 84 anos de vida.

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Faleceu na manhã desta segunda-feira, 5 de Julho, o Pe. Stan Swamy, sacerdote jesuíta indiano que estava detido pelas autoridades indianas, acusado de ligações terroristas. O também activista pelos direitos humanos morreu aos 84 anos na sequência de complicações provocadas pela Covid-19.

Stan Swamy, sj, aguardava no hospital pela decisão do Supremo Tribunal de Justiça, que estava prestes a pronunciar-se sobre a sua libertação por razões médicas.

Detido aos 83 anos, o jesuíta sofria de Parkinson e apresentava um estado de saúde bastante débil. A partir do momento em que foi preso não teve condições mínimas de dignidade, sendo forçado a dormir no chão durante vários dias e apenas obtendo um copo com palhinha – utensílio de que necessita para conseguir beber água autonomamente – depois de vários protestos que se prolongaram por mais de um mês.

Ao longo de cinquenta anos, o sacerdote jesuíta trabalhou incansavelmente em favor de grupos de marginalizados na Índia, nomeadamente contra as expropriações que têm atingido a comunidade Adivasis, povo indígena do estado de Jharkhand, na zona oriental da Índia. Terá sido esse trabalho que suscitou a sua detenção, em Outubro, pela autoridade anti-terrorista da Índia, a National Investigation Agency (NIA), que alegou ligações maoístas, das quais o Pe. Stan se disse sempre inocente. A detenção teve lugar na residência da Companhia de Jesus situada na periferia de Ranchi.

Numa breve mensagem, o Pe. Stanislaus Souza, provincial dos jesuítas indianos, comunicou a morte do Pe. Swamy, recordando o trabalho junto dos mais marginalizados, em especial junto dos Adivasis e dos Dalits. O superior dos jesuítas indianos fez questão de renovar o compromisso da Companhia de Jesus na luta pela justiça, afirmando que vão “levar adiante o legado do P. Stan Swamy e a sua missão de justiça e reconciliação”.

Em janeiro deste ano, o Pe. Miguel Almeida, provincial dos jesuítas em Portugal, dirigiu uma carta aberta ao Embaixador da Índia em Lisbo,a alertando para a situação de injustiça em que se encontrava o Pe. Swamy, detido pelas autoridades indianas. Essa carta pública foi subscrita por diversas personalidades.