Arquidiocese de Braga -

23 julho 2021

Freiras na Colômbia lançam relatório com apelo à paz

Fotografia DR

DACS com La Croix International

As Missionárias da Madre Laura denunciam o recrutamento de menores, instalação de minas antipessoais, assassinatos selectivos, deslocações e abuso sexual.

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Um relatório lançado por freiras de uma congregação fundada na Colômbia destaca as dificuldades enfrentadas por comunidades indígenas e outras comunidades rurais e pede o fim da violência perpetuada por diferentes grupos armados.

Laura Montoya, a primeira colombiana canonizada, fundou as Missionárias de Maria Imaculada e Santa Catarina de Sienna.

Conhecida como Madre Laura, a freira falecida em 1949 viveu nas selvas colombianas para ensinar o Evangelho, catequizar os indígenas e “tornar-se índia com os índios”, segundo a sua biografia no Vaticano. A sua congregação está agora presente em cerca de 20 países.

O relatório alerta para os efeitos do agravamento do conflito armado, a disputa territorial entre o Exército de Libertação Nacional e as Autodefesas Gaitanistas da Colômbia. No texto enviado à Fides, as missionárias denunciam o recrutamento de menores, a instalação de minas antipessoais, ameaças a líderes e comunidades, assassinatos selectivos, deslocações, confinamentos e abusos sexuais de civis.

Respeito pela lei humanitária internacional e o “direito à paz” é o que os missionários na Rede Interreligiosa de Solidariedade nas zonas de conflito na Colômbia estão a pedir, segundo o relatório das Missionárias da Madre Laura.

O apelo urgente, dirigido às autoridades, destaca a difícil situação das comunidades indígenas, afro-americanas e camponesas do oeste do departamento de Antióquia, Colômbia.

A Rede pede ao Exército de Libertação Nacional e a vários outros grupos armados que respeitem o Direito Internacional Humanitário e que ponham fim à instalação de minas antipessoais, Também anuncia a criação de uma missão humanitária especial que começará nos municípios de Dabeiba e Frontino, com o objectivo de acompanhar e dar apoio moral a essas comunidades em crise.

Para isso, os missionários pediram a presença de organizações nacionais e internacionais de direitos humanos, como o Gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e a Missão de Verificação do Acordo de Paz das Nações Unidas na Colômbia.

Durante a Semana Santa deste ano, os bispos católicos também apelaram à paz, pelo fim de assassinatos, feridos, sequestros, extorsões, prisões, deslocações, recrutamento de menores, ameaças e desordens que afectam comunidades indígenas, afrodescendentes e camponesas. Relatórios recentes das Nações Unidas também apontam para conflitos de grupos armados que fazem com que muitas pessoas abandonem as suas casas em números que são mais do que o dobro em comparação com o mesmo período em 2020.

A Colômbia está actualmente a atravessar o seu pior surto de violência desde que em 2016 um acordo de paz acabou com o conflito no país.

Artigo do La Croix International, publicado a 22 de Julho de 2021.