Arquidiocese de Braga -

26 julho 2021

Jovens Cristãos e Muçulmanos rezaram e discutiram questões ecológicas em Taizé

Fotografia Anne Saffore

DACS com La Croix International

“Agindo juntos pela fraternidade humana e pela salvaguarda da criação” foi o tema do encontro de 15 a 18 de Julho, na famosa comunidade ecuménica na França.

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“Perante (estes) desafios ambientais, um testemunho comum das denominações cristãs e também das diferentes religiões é ainda mais importante, juntamente com todos aqueles que encontram a motivação para o seu compromisso noutros lugares”.

Esta foi a mensagem transmitida pelo Irmão Alois, prior da comunidade ecuménica de Taizé, num artigo datado de 26 de Maio de 2020.

Mais de um ano depois, o quarto encontro de Taizé pela amizade entre jovens cristãos e muçulmanos (15 a 18 de Julho) é uma expressão concreta desta mensagem.

 

Um encontro entre a “Fratelli Tutti” e a “Laudato si’”

Cerca de sessenta participantes eram esperados para o encontro de 2021, o que certamente o tornou mais modesto em número do que os três anteriores que decorreram em Taizé desde 2017. Todos incluíram até 200 jovens. Embora o evento de 2020 tenha sido simplesmente cancelado por causa da Covid-19, parecia importante manter o encontro de 2021, apesar dos constrangimentos ligados à pandemia.

Com o tema “Agindo juntos pela fraternidade humana e pela salvaguarda da criação”, o encontro teve como especial foco as encíclicas “Fratelli tutti” e “Laudato si’” do Papa Francisco, que abordam a amizade social e a salvaguarda da criação. O fim-de-semana teve depoimentos em vídeo do Egipto, Iraque e Líbano, debates no local, oficinas e momentos de oração.

Entre os palestrantes estiveram vários imãs, Radia Bakkouch, ex-presidente da Coexister, o Padre Vincent Feroldi, delegado para os muçulmanos da Conferência Episcopal de França, e Elena Lasida, presidente da rede “Église Verte” (Igreja Verde) na França.

 

Ecologia, lugar de reconciliação

“Penso que hoje a ecologia é um lugar de encontro de religiões diferentes, lugar de reconciliação também”, confidenciou Elena Lasida, que participou pela primeira vez neste tipo de encontros.

Elena afirmou que o carácter universal das religiões, assim como da questão da ecologia, legitima particularmente os crentes a desempenharem um papel neste assunto. Disse ainda que um dos desafios do encontro é ajudar as gerações mais jovens a verem que a ecologia pode ser um verdadeiro lugar de diálogo entre as religiões.

“Espero que haja um verdadeiro espaço de encontro e diálogo”, afirmou.

Em Taizé, nesse fim-de-semana, a prioridade é dada ao encontro: cada pessoa foi convidada à oração da outra, e os encontros informais foram incentivados.

 

Artigo de Charlotte Gambert, publicado no La Croix International a 16 de Julho de 2021.