Arquidiocese de Braga -

15 setembro 2021

Papa Francisco pede homilias mais curtas

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DACS com ACI Digital

Pontífice afirmou que homilias não devem ultrapassar quinze minutos; idealmente, não mais de dez.

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Durante o seu segundo dia de visita apostólica à Eslováquia, o Papa Francisco fez um discurso sobre a missão evangelizadora da Igreja que gerou aplausos, especialmente por parte das religiosas presentes, quando falou sobre as homilias.

De acordo com a ACI Digital, Francisco foi além do discurso oficial e falou sobre a importância de “encontrar caminhos, modos e linguagens novas para anunciar o Evangelho”, através da criatividade, seguindo o exemplo dos santos Cirilo e Metódio, inventores do alfabeto cirílico usado em países eslavos de maioria cristã ortodoxa.

“Nós podemos ajudar, com a criatividade humana, pois cada um de nós tem essa possibilidade. Mas o grande criativo é o Espírito Santo: é Ele quem nos move a ser criativos”, afirmou o Pontífice.

Depois de ter sugerido que poderá ser necessário abrir caminhos diferentes para além da pastoral e da pregação, Francisco decidiu comentar esta última. 

“Alguém me disse que, na Evangelii gaudium, me detive demais sobre a homilia. Porque é um dos problemas deste tempo. A homilia não é um sacramento, como pretendiam alguns protestantes, mas é um sacramental. E não é uma pregação de quaresma, é outra coisa. Está no coração da Eucaristia. E pensemos nos fiéis que têm que escutar homilias de 40 minutos, de 50 minutos, sobre argumentos que não entendem, que não os comovem. Por favor, sacerdotes e bispos, pensem bem em como fazer a homilia, em como prepará-la para que haja um contato com as pessoas e se inspire no texto bíblico”, pediu.

O Papa afirmou mesmo que “uma homilia, muitas vezes, não deve passar de 10 minutos, porque as pessoas, depois de 8 minutos, perdem a atenção. A menos que seja muito interessante. O tempo deveria ser de 10 a 15 minutos, não mais”.

Francisco referiu um ex-professor seu que defendia que uma homilia deveria ter coerência interna, com uma ideia, uma imagem e um sentimento.

Que as pessoas saiam com uma ideia, com uma imagem e com algo que lhes moveu o coração. O anúncio do Evangelho é assim simples, e Jesus pregava assim, valia-se das coisas concretas, que as pessoas entendiam”, explicou.

Perante os aplausos das religiosas presentes quando pediu maior brevidade nas homilias, o Papa Francisco não resistiu a brincar e questionou com humor: “Permito-me uma maldade: as religiosas começaram com os aplausos, porque elas são as principais vítimas das nossas homilias, não é?”.