Arquidiocese de Braga -

21 setembro 2021

A Igreja deve “sair do passado”, diz Arcebispo Kieran O’Reilly

Fotografia DR

DACS com The Tablet

A Igreja deve “sair do passado, abraçar o presente e mover-se para o futuro”, disse o Arcebispo Kieran O’Reilly ao lançar o novo plano pastoral da Arquidiocese de Cashel e de Emly na Abadia de Holycross, na Irlanda.

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Intitulado “Sementes de Esperança”, o plano pastoral foi desenvolvido após um processo de escuta de quatro anos e uma consulta com 2.500 pessoas. Prevê uma Igreja de “corresponsabilidade” entre leigos e clérigos daqui para frente.

“A Igreja está a mudar agora, e a Igreja liderada por sacerdotes do passado precisará de abraçar uma abordagem de parceria com as pessoas no futuro”, disse o arcebispo O’Reilly.

O plano, que é visto como um modelo para a transição da diocese para uma nova era de inclusão, lista a inclusão de mulheres em cargos de liderança como uma prioridade e reconhece que os grupos minoritários – de divorciados ou separados a LGBT +, migrantes, etc. – devem ter todos um lugar e sentir que pertencem à comunidade de fé da paróquia.

O plano ncoraja as paróquias a acolher de forma proactiva grupos minoritários que se sentem menos bem-vindos ou que não sentem que pertencem ali e planeia eventos que transmitam hospitalidade e boas-vindas.

“A Igreja deve mudar, não por necessidade ou por causa do declínio das vocações e da participação nas missas, mas porque é a coisa certa a fazer. O que estamos a iniciar agora é a apresentação de uma Igreja nova e inclusiva. E, ao fazer isso, é o Espírito Santo que nos está a  guiar”, disse o Arcebispo de Cashel e Emly.

“O modelo em que o público participa na missa uma vez por semana não é aquilo que a Igreja é. É e deve ser sobre a Igreja estar na comunidade, e não a comunidade estar na Igreja”, afirmou.

O plano para 35 paróquias em Co Tipperary e 11 em Co Limerick foi desenvolvido em cinco vertentes – fé e espiritualidade, juventude e família, envolvimento comunitário, participação na liturgia e liderança e corresponsabilidade.

Há também uma ênfase particular na importância dos jovens no planeamento do futuro da Igreja, com as “Sementes de Esperança” a identificarem a necessidade de jovens, famílias jovens e pais se envolverem no desenvolvimento de um novo modelo de Igreja.

Bridget Kirwan, membro do Conselho Pastoral Diocesano, disse que o processo de escuta aconteceu através de uma discussão franca com as pessoas da diocese sobre o trabalho que está a ser feito hoje e o que é que precisam que a Igreja de amanhã seja.

“Hoje não é a conclusão, é apenas uma nova etapa de uma jornada que vai continuar. Temos as nossas cinco sementes de esperança, os nossos cinco pilares deste plano e uma grande quantidade de escuta foi feita em todas as paróquias da diocese para identificar esses pilares, para colocar as bases no lugar. Mas nós construímos a partir daqui”, afirmou no lançamento do Plano Pastoral.

Bridget disse ainda que, na sua opinião, o plano reflecte um período de mudança e um tempo de mudança para a igreja, algo particularmente difícil devido às experiências anteriores.

“Acho que está a ser chamada para ser um tipo diferente de Igreja à medida que avança. Então, plantamos essas sementes e caminhamos juntos, todos. Espero que essas pessoas que podem ter sentido que não eram necessariamente bem-vindas na Igreja anteriormente sintam agora que são bem-vindas aqui. A Igreja está a ser desafiada a alcançar aquelas pessoas que podem ter-se sentido isoladas”, concluiu.

Artigo de Sarah MacDonald, publicado no The Tablet a 20 de Setembro de 2021.