Arquidiocese de Braga -
5 novembro 2021
Papa escreve a bispos franceses sobre casos de abusos

DACS com Agência Ecclesia
O Papa desafia a Conferência Episcopal Francesa, reunida em Lourdes, a “tomar todas as medidas necessárias para que a Igreja seja uma casa segura para todos”.
O Papa Francisco assumiu a “vergonha” sobre os casos de abusos sexuais cometidos por membros da Igreja e em instituições eclesiais em França numa carta dirigida à assembleia plenária que reúne os bispos franceses.
Na carta, publicada pelo jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, o Papa encoraja os bispos a “carregar o fardo com fé e esperança” e diz que o carrega com os responsáveis da Igreja francesa enquanto passam “pela tempestade causada pela vergonha e pelo drama dos abusos de menores cometidos na Igreja”.
O líder da Igreja Católica diz ainda que confia “com particular ternura” à “paternal solicitude” dos bispos a “imensa” maioria dos sacerdotes franceses, que exercem o ministério “com generosidade e devoção” e que vêm a sua “bela vocação” ser “manchada” pelos casos de abusos, acrescentando que “precisam de ser fortalecidos e apoiados neste momento difícil”.
Francisco mostra-se convencido de que “juntos, e sob a orientação do Espírito Santo”, os bispos católicos “encontrarão os meios para prestar homenagem às vítimas e consolá-las, para exortar todos os fiéis à penitência e à conversão do coração”.
O Papa desafia a Conferência Episcopal Francesa, reunida em Lourdes, a “tomar todas as medidas necessárias para que a Igreja seja uma casa segura para todos, para cuidar do povo santo de Deus ferido e profundamente perturbado, e para retomar a missão com alegria, resolutamente voltada para o futuro”.
Os bispos franceses bispos convidaram cinco vítimas de abusos a ocupar os lugares normalmente reservados à presidência do episcopado, na grande sala do santuário, para testemunharem a sua experiência durante a reunião plenária.
O relatório de uma comissão independente sobre os abusos sexuais no seio da Igreja francesa foi publicado há um mês e revelou que mais de três mil padres e religiosos cometeram crimes, fazendo mais de 300 mil vítimas entre 1950 e 2020.
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