Arquidiocese de Braga -
6 dezembro 2021
Cardeal Cantalamessa lembra que a Igreja não se resume a “escândalos e polémicas”
DACS com Vida Nueva Digital
Pregador da Casa Pontifícia proferiu o primeiro sermão do Advento.
Assim o disse na sua primeira pregação do Advento, na Sala Paulo VI do Vaticano, que este ano celebra com o tema «Passado o tempo, Deus enviou o seu filho» (Gl 4,4).
Desta forma, Cantalamessa convidou “a olhar para a Igreja a partir de dentro, no sentido mais forte da palavra, à luz do mistério de que é portadora”, para não perder de vista o “mistério que a habita”.
Na meditação de hoje, intitulada “Deus enviou o seu Filho para que recebêssemos a adopção filial”, o pregador assinalou que se “mesmo no Antigo Testamento Deus é visto como um pai”, a novidade do Evangelho “é que agora Deus não é tão visto como o «pai do seu povo de Israel», no sentido colectivo, mas como pai de cada ser humano, justo ou pecador”, e “cuida de cada um como se fosse o único; de cada um conhece as necessidades, os pensamentos e até conta os cabelos da sua cabeça”.
“Jesus ensina que Deus não é apenas pai no sentido metafórico e moral, na medida em que criou e cuida do seu povo”, afirmou Cantalamessa, mas que é “antes de tudo um pai verdadeiro e natural, de um filho verdadeiro e natural que gerou... antes do início dos tempos” e graças ao qual “os homens também podem tornar-se filhos de Deus em sentido real e não apenas metafórico”.
Filhos de Deus
O cardeal Cantalamessa afirmou também que é com o mistério pascal da morte e ressurreição de Cristo, isto é, graças à redenção que realizou e nos aplicou no baptismo, que, como diz São Paulo, “nos convertemos em «filhos no Filho»”, que “Cristo se converteu «no primogénito entre muitos irmãos»”.
Além disso, Cantalamessa reflectiu sobre o sacramento do baptismo. “A graça do baptismo é múltipla e muito rica: filiação divina, remissão dos pecados, habitação do Espírito Santo, virtudes teologais da fé, esperança e caridade infundidas na alma”, disse o frade capuchinho. A contribuição do homem, por outro lado, “consiste essencialmente na fé”, mas é necessária a “fé-maravilha, esse arregalar de olhos perante o dom de Deus”.
Por fim, o cardeal convidou as pessoas a rezar para se consciencializarem de que são filhas de Deus.
“Para nós, cristãos, a fraternidade humana tem sua razão última no facto de que Deus é o pai de todos, que somos todos filhos e filhas de Deus e, portanto, irmãos e irmãs entre nós. Não pode haver vínculo mais forte do que este e, para nós, cristãos, motivo mais urgente para promover a fraternidade universal”, afirmou.
Artigo de Vida Nueva Digital, publicado a 3 de Dezembro de 2021.
Partilhar