Arquidiocese de Braga -

12 janeiro 2022

Maior campo de refugiados do mundo sofre novo incêndio

Fotografia AFP

DACS com The Guardian

Abrigos são feitos em bambu e lona, o que os torna muito vulneráveis a incêndios. Só em Março do ano passado incendiaram-se 10 mil locais de abrigo para refugiados rohingya.

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Um grande incêndio destruiu cerca de 1.200 tendas num campo de refugiados em Cox’s Bazar, no Bangladesh, no dia 9 de janeiro, forçando os refugiados rohingya a quebrar a vedação de arame farpado para fugir.

Kamran Hossain, porta-voz da força de segurança do campo, confirmou à Agence France-Presse os danos e que o incêndio começou no campo 16, acelerando pelos abrigos feitos de bambu e lonas e deixando mais de 5 mil pessoas sem-abrigo.

O acampamento de refugiados de Cox’s Bazar é o maior do mundo, reunindo mais de um milhão de pessoas. A maioria dos que lá vivem foram forçados a fugir do Myanmar em 2017, quando o exército do país lançou uma repressão brutal contra a minoria rohingya – algo que a ONU classificou como tendo “intenções genocidas” num relatório posterior.

Em Março de 2021 quase 10 mil abrigos foram afectados num incêndio, deixando 45 mil pessoas desalojadas, e mais tarde, em Julho, as “enchentes em grande escala destruíram os abrigos, afectando 46 mil refugiados, de acordo com a Organização das Nações Unidas.

Sheila Grudem, coordenadora de emergências da agência da ONU em Cox’s Bazar, deu conta da tristeza com o “tamanho da destruição no campo 16”, mas adiantou que “graças às parcerias com ONGs e restaurantes locais, está a ser possível fornecer acesso imediato às pessoas que perderam tudo”.

Com o propósito de ajudar os refugiados vítimas do incêndio, o Programa Mundial de Alimentos distribuiu biscoitos energéticos para 1.600 pessoas que perderam os seus locais de abrigo, e está a servir, duas vezes por dia, refeições quentes a 2.200 refugiados rohingya atingidos pelo fogo, até que os abrigos voltem a ter equipamentos de cozinha ou gás para cozinhar.

As vítimas do incêndio serão reintegradas ao programa regular de assistência alimentar e vão ainda receber um voucher electrónico e uma ajuda mensal, de forma a conseguirem “comprar os alimentos que desejarem numa rede de 22 lojas dentro do acampamento, que são geridas por comerciantes bengaleses”, refere a ONU.