Arquidiocese de Braga -
28 fevereiro 2022
Arcebispo-mor de Kiev pede orações pela Ucrânia
DACS
D. Sviatoslav Shevchuk afirmou que a capital do país está a resistir à invasão russa “de pé em oração”.
O arcebispo-mor de Kiev, líder da Igreja Greco-Católica Ucraniana, pediu esta segunda-feira orações pelo “exército, a pátria, o povo sofredor” da Ucrânia, envolvido numa guerra “sangrenta, desumana e brutal”.
D. Sviatoslav Shevchuk afirmou que a capital do país está a resistir à invasão russa “de pé em oração” e convidou ao jejum durante a Quaresma, ecoando o Papa Francisco, que convocou para esta Quarta-Feira de Cinzas uma jornada especial de oração e jejum pela paz.
O responsável religioso disse que “nestes dias vimos o heroísmo dos nossos soldados, a coragem do nosso povo”, criticou as “atrocidades e desumanidade” do conflito – que dura há cinco dias –, e deixou votos que “o diálogo e a diplomacia vençam a guerra”.
O arcebispo-mor agradeceu ao Papa pela firmeza com que tem condenado a guerra na Ucrânia. Francisco telefonou na noite da passada sexta-feira a D. Sviatoslav Shevchuk, mostrando “mostrou interesse pela situação na cidade de Kiev e em toda a Ucrânia em geral” e declarando que faria “tudo o que puder”, de acordo com um comunicado do Secretariado da Igreja Greco-Católica Ucraniana.
Francisco também perguntou sobre a situação dos bispos e padres nas áreas mais afectadas pela operação militar russa e agradeceu à Igreja Greco-Católica Ucraniana pela sua proximidade com o povo. A Arquidiocese de Kiev disponibilizou a cave da Catedral Greco-Católica para dar refúgio às pessoas.
Representantes da Rússia e Ucrânia estão reunidos esta segunda-feira na Bielorrússia após o presidente ucraniano, Volodimir Zelenskii, aceitar no domingo que os dois países em guerra se reuniriam sem “pré-condições”. Zelenskii admitiu não ter grandes perspectivas de sucesso após mais uma noite de bombardeamentos e ataques na Ucrânia, a ameaça nuclear feita por Vladimir Putin, presidente russo, no domingo, e não acreditando que a Rússia abdique das exigências realizadas anteriormente, nomeadamente a desmilitarização da Ucrânia, renúncia à NATO e assumir-se como estado “neutral”.
Para tal contribui, também, o local de negociações. De acordo com o jornal Washington Post e a agência Associated Press, o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko está a ponderar enviar tropas bielorrussas para o conflito a qualquer momento e a Bielorrússia aprovou em referendo, este domingo, uma emenda constitucional que rejeita o estatuto de “país não-nuclear” e que pode levar a Rússia a transferir para lá parte do seu armamento nuclear.
A guerra, despoletada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, vai no quinto dia. De acordo com o exército ucraniano, as tropas russas “continuam a bombardear em quase todas as direcções”, com cidades como Kiev, Kharkiv, Mariupol e Chernihiv a serem novamente atacadas entre a noite de domingo e as primeiras horas desta segunda-feira – conseguindo, no entanto, rebater os avanços russos.
Segundo a ONU, o conflito já vitimou 102 civis, provocando ainda mais de 500 mil refugiados, com mais de 280 mil a entrar na Polónia, mais de 84 mil na Hungria, 36 mil na Moldávia, 32 mil na Roménia e cerca de 30 mil na Eslováquia.
União Europeia, Estados Unidos da América e vários países do G20 lançaram fortes sanções à economia, a oligarcas, políticos e líderes russos. Entre elas estão o bloqueio do acesso de grande parte dos bancos russos ao sistema de transacções financeiras SWIFT, o congelamento das reservas detidas no estrangeiro pelo banco central russo, o encerramento do espaço aéreo da União Europeia a aviões russos, e a expulsão da Russia Today e da agência Sputnik (meios de comunicação estatais russos) da União Europeia.
A União Europeia aprovou ainda a compra de armamento para fornecer à Ucrânia.
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