Arquidiocese de Braga -

16 março 2022

Representante do Papa na Síria recorda guerra “esquecida”

Fotografia Yasin Akgul/AFP/Getty Images

DACS

O núncio apostólico em Damasco recordou que “a catástrofe síria ainda é o desastre humanitário mais grave causado pelo homem desde o final da Segunda Guerra Mundial”.

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O representante diplomático do Papa na Síria evocou esta terça-feira os onze anos do conflito no país, que descreveu como desaparecido do radar dos média”.

O cardeal Mario Zenari, afirmou que a guerra ainda não terminou, mas há alguns anos que a Síria parece ter desaparecido do radar dos media, com a crise libanesa, depois a Covid-19 e agora a guerra na Ucrânia”.

núncio apostólico em Damasco recordou que a catástrofe síria ainda é o desastre humanitário mais grave causado pelo homem desde o final da Segunda Guerra Mundial” e que ainda não há sinais de reconstrução ou de recuperação económica”.

O representante diplomático do Vaticano descreve o processo de paz como “paralisado” e afirma que as sanções económicas sobre a Síria fazem a fome ameaçar a população.

O diplomata considera “triste ver repetidas na Ucrânia as mesmas imagens angustiantes de dor vistas na Síria: bairros destruídos, mortes, milhões de refugiados, o uso de armas não convencionais como bombas de fragmentação, o bombardeamento de hospitais e escolas”, algo que resumir como “ver exactamente a mesma descida ao inferno que se viu na Síria”.

No discurso anual aos embaixadores junto da Santa Sé, no início de Janeiro, o Papa Francisco destacou a crise na Síria, “onde não se vê ainda um horizonte claro para o renascimento do país”.

A guerra civil na Síria é um conflito multi-lateral que começou a 15 de Março de 2011, depois de protestos relacionados com a Primavera Árabe, e opõe a República Árabe da Síria, liderada por Bashar Al-Assad (que é apoiado Irão e pela Rússia, já tendo contado também com o apoio do Iraque), a oposição síria (apoiada pela Turquia), o auto-proclamado Estado Islâmico e o curdistão sírio (apoiado por uma coligação contra o Estado Islâmico que é liderada pelos Estados Unidos).

Desde o início da guerra morreram cerca de 160 mil civis, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que também estima a morte de entre 334 mil e 446 mil combatentes. O conflito causou cerca de 6,6 milhões de refugiados e provocou a deslocação interna de outras 6,7 milhões de pessoas, de acordo com números de 15 de Março de 2021 da agência para os refugiados da ONU.