Arquidiocese de Braga -

22 março 2022

Papa define água como “bem precioso para a paz”

Fotografia AFP

DACS com Agência Ecclesia

Mensagem ao IX Fórum Mundial da Água lembra que a água não pode ser considerada como um privado nem estar sujeito “às leis do mercado”.

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O Papa Francisco afirmou que a água é “um bem precioso para a paz” e que “o direito à água potável e ao saneamento está intimamente ligado ao direito à vida”.

Numa mensagem para o IX Fórum Mundial da Água, intitulada “Segurança da água para a paz e o desenvolvimento”, o Papa lembra que a água não pode ser considerada como um privado nem estar sujeito “às leis do mercado”, e diz que de forma sustentável e com instituições eficazes e solidárias não é, portanto, apenas um contributo para a paz; é também uma forma de reconhecer este dom da criação que nos foi confiado para que juntos possamos cuidar dela”.

Francisco afirma que a água, nomeadamente a água doce, é “largamente trans-fronteiriça” e, por isso, se “os países trabalhassem em conjunto mais estreitamente sobre a água em diferentes partes do mundo, seria um grande passo em frente para a paz”.

O Santo Padre refere que o “bom funcionamento dos mecanismos de cooperação em águas trans-fronteiriças é um elemento importante para a paz e a prevenção de conflitos armados”, lembra, a este respeito, “no rio Senegal, mas também no Níger, no Nilo e noutros grandes rios que atravessam vários países”, e acrescenta que a água deve “tornar-se um símbolo de acolhimento e bênção, um motivo de encontro e colaboração que aumentará a confiança mútua e a fraternidade”.

A gestão internacional deste recurso é também um tema em Portugal, que partilha vários cursos de água doce com Espanha, nomeadamente os rios Minho, Lima, Douro, Tejo e Guadiana, assim como outros rios que definem a fronteira entre os dois países.

Francisco afirma que “o direito à água potável e ao saneamento está intimamente ligado ao direito à vida”, enraizado na “dignidade inalienável da pessoa humana” e “condição para o exercício de outros direitos humanos”.

O Papa lembra que “mais de 2 mil milhões de pessoas estão privadas de acesso a água potável e/ou saneamento”, e alerta para “todas as consequências concretas que isto pode ter, em particular para os doentes nos centros de saúde, para as mulheres em trabalho de parto, para os prisioneiros, refugiados e pessoas deslocadas”.

Francisco dirige ainda “um apelo a todos os líderes políticos e económicos, às várias administrações, àqueles que estão em posição de dirigir a investigação, o financiamento, a educação e a exploração dos recursos naturais e da água em particular, para servirem o bem comum com dignidade, determinação, integridade e num espírito de cooperação”.