Arquidiocese de Braga -

Já faz aproximadamente um ano e meio de duras discussões sobre o aborto nas quais o próprio Vaticano teve que intervir. Agora, os bispos americanos irão reunir-se numa assembleia, semelhante a um retiro espiritual e que não terá transmissão pública, para “suavizar as asperezas”, conforme relatado pelo National Catholic Reporter.

Tudo começou com a eleição do democrata Joe Biden como presidente dos Estados Unidos. Nessa altura, foi posta em cima da mesa a possibilidade de elaborar um documento sobre a Eucaristia que abrisse a porta à não comunhão de políticos cujos partidos defendiam o aborto. Os acalorados debates que daí surgiram levaram mesmo a Doutrina da Fé a exortar o episcopado a não debater o tema.

Divisões profundas

Após meses de tensão, a Conferência Episcopal dos Estados Unidos (USSCB) aprovou o seu documento sobre a Eucaristia em Novembro passado. Claro, era um texto “descafeinado”, em que não há referência à possibilidade de proibir a comunhão a políticos cujos partidos defendem o aborto. No entanto, o impacto da discussão não foi fácil de superar.

Realizado em San Diego neste Verão, o retiro “irá concentra-se na unidade episcopal depois de um tenso ano e meio em que surgiram profundas divisões entre os prelados sobre a questão de negar a comunhão aos políticos católicos a favor do direito de escolha”, fontes episcopais explicaram ao NCR.

Por todas estas razões, não haverá sessão pública, mas haverá palestras espirituais do Arcebispo Anthony Fisher de Sydney, Austrália, com tempo para oração privada e comunitária, missa, passeios sociais e “diálogo fraterno”, conforme explicado numa carta enviada aos bispos.

Artigo de Elena Mariños, publicado em Vida Nueva Digital a 25 de Abril de 2022.