Arquidiocese de Braga -

19 setembro 2022

Cáritas continua a acompanhar 3.000 pessoas por ano após a erupção do vulcão La Palma

Fotografia DR

DACS com Vida Nueva Digital

Os fundos recebidos das doações têm sido utilizados principalmente em cuidados básicos, auxílio no aluguer de casa, obras de reconstrução e compra de móveis para famílias em situação de vulnerabilidade.

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Na próxima segunda-feira, 19 de Setembro, cumpre-se o primeiro aniversário da erupção vulcânica de Tajogaite, em La Palma. Uma tragédia natural que afectou mais de 7.000 pessoas e destruiu mais de 2.600 edifícios e quase cem quilómetros de estradas.

Desde o início do processo eruptivo, a Cáritas Diocesana de Tenerife lançou um Gabinete de Crise e uma Campanha de Emergência e Solidariedade com a Ilha, que incluiu um conjunto de acções urgentes e o planeamento de acções de médio e longo prazo.

Um ano depois, e apesar de a própria erupção ter sido considerada terminada a 25 de Dezembro, a Cáritas Diocesana de Tenerife continua a cuidar e a acompanhar as pessoas afectadas, muitas das quais perderam as suas casas e meios de subsistência.

Especificamente, conforme relatado pela entidade, até agora já foram realizados mais de 2.600 atendimentos e são 1.100 famílias e 3.000 pessoas (incluindo 620 menores) que já receberam algum tipo de ajuda da entidade, graças às contribuições recebidas no quadro da mencionada Campanha de Emergência e Solidariedade com a Ilha.

Muitas dessas famílias são atendidas periodicamente e continuam a ser acompanhadas pela instituição, enquanto outras são atendidas pela primeira vez por falta de resposta das administrações públicas, ou perante a insuficiência dos auxílios recebidos.

 

Ajuda na habitação

Com os donativos recebidos (6,6 milhões de euros), a Cáritas Diocesana de Tenerife investiu 2 milhões de euros, principalmente em ajudas no aluguer de casa, cuidados básicos e obras de renovação e compra de mobiliário para famílias afectadas pela erupção e em situação de vulnerabilidade.

De igual modo, continuam a ser concedidos auxílios de emergência (entre eles, despesas médicas, pagamentos de mantimentos, etc.), e foram criados e remodelados seis espaços paroquiais em vários concelhos da ilha, procedendo-se a reformas de alvenaria, pintura, equipamentos, mobiliário, etc. Neles continuam alojadas oito famílias que se encontravam em situação de extrema exclusão residencial. Com estas famílias é realizado um processo de intervenção social contínuo para melhorar o seu bem-estar e a sua inclusão social e laboral.

Foi também aberta uma linha de apoio às famílias mais vulneráveis, com desamparo económico, para a reconstrução de habitações em zonas afectadas pelo vulcão, nos casos em que as habitações não se encontrem em condições habitáveis ​​e necessitem de ser renovadas. Além disso, continua a ser prestado apoio às famílias afectadas na construção de novas habitações regulares, tanto na compra de materiais como nos procedimentos necessários à habitabilidade, um apoio económico que é concedido por unidade familiar.

Ao nível da habitação, a entidade eclesial continua a planear e a implementar acções a médio e longo prazo, nomeadamente a concessão de ajudas económicas para o sustento de bens domésticos, móveis e electrodomésticos que foram afectados pela lava do vulcão, que ainda não estão em condições de habitabilidade adequadas.

Da mesma forma, a resposta às necessidades da emergência continua, sendo oferecio apoio económico às pessoas afectadas pela erupção, através de cartões de alimentação e cartões de solidariedade bancária, para poderem cobrir despesas básicas como gasolina, medicamentos, etc. Além disso, durante os primeiros meses da erupção, máscaras FFP3 e óculos de protecção foram entregues a centros e institutos educacionais na região do Valle de Aridane.

 

Apoio nas zonas rurais

A Cáritas Diocesana de Tenerife continua a trabalhar em coordenação com as equipas de trabalho que acompanham as famílias acolhidas nos hotéis, sendo a Cáritas uma das entidades que, nove meses após o fim da erupção, continua a responder às necessidades específicas dessas pessoas, para que possam regressar à sua residência habitual.

A entidade também está a dar apoio aos atingidos no meio rural em questões laborais, já que na maioria dos casos perderam as suas ferramentas e meios para poderem recuperar as suas quintas. (…)

Todas essas acções foram acompanhadas no último ano pelas religiosas Filhas da Caridade e pela Congregação dos Religiosos Camilianos, que oferecem apoio emocional e orientação psicológica às pessoas afectadas pela erupção. Trata-se de um serviço do Centro de Humanização da Saúde, criado por esta Ordem, que tem por objectivo ajudar as pessoas que passam por uma situação de sofrimento ou crise na vida (luto, pessoas com familiares doentes, solidão, outras situações difíceis…). Esta iniciativa foi coordenada e promovida pela Pastoral da Saúde da Diocese Nivariense e pela Cáritas Diocesana de Tenerife.

Artigo de Vida Nueva Digital, publicado a 16 de Setembro de 2022.