Arquidiocese de Braga -

28 setembro 2022

Bispo Congolês recentemente ordenado aposta na sinodalidade

Fotografia DR

DACS com La Croix International

D. Richard Kazadi iniciou o seu primeiro “ano pastoral” completo na Diocese de Kolwezi, na República Democrática do Congo, com um itinerário traçado a partir da sinodalidade.

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D. Richard Kazadi, ordenado bispo há menos de cinco meses, está determinado a fazer da sinodalidade um modo de vida normal na diocese de Kolwezi, na República Democrática do Congo (RDC).

O clérigo de 57 anos – doutorado em Teologia pela Universidade Gregoriana e doutorado em Filosofia pela Universidade Antonianum, ambas em Roma – foi nomeado para a diocese do sul da RDC no início de Janeiro.

Mas ele não foi ordenado e instalado como bispo até Maio. E desde então tem visitado as paróquias da sua diocese e, de seguida, realizado reuniões para planear o actual “ano pastoral” – o período que geralmente se estende de meados de Setembro a meados de Junho, quando as actividades diocesanas estão em pleno andamento.

D. Kazadi inaugurou o novo ano pastoral a 18 de Setembro com o tema: “Todos juntos, justifiquemos e fortaleçamos o anúncio do Evangelho para a sinodalidade da Igreja-família de Deus”.

O bispo explicou os seus objectivos nesta entrevista com Prisca Materanya, do La Croix Africa.

 

Porquê a escolha da sinodalidade como tema após o encerramento da fase diocesana do sínodo?

A diocese de Kolwezi, como todas as dioceses da Igreja universal, é chamada a inscrever a dinâmica de sua acção pastoral no quadro da sinodalidade, como preconiza o Papa Francisco. Além disso, tendo em vista as necessidades pastorais, depois da minha visita pastoral (…) durante quarenta dias, compreendi que a Igreja de Kolwezi é chamada a encarnar a imagem da família de Deus. Isso também reflecte mais plenamente a realidade da sinodalidade no contexto eclesiológico Africano. E esta sinodalidade da Igreja-família de Deus torna-se ao mesmo tempo um lugar propício, uma espécie de kairós pastoral, e um meio eficaz para que todos juntos, filhos e filhas da nossa diocese, justifiquemos e fortaleçamos o anúncio do Evangelho (cf. Efésios 4:4).

 

Quais são os grandes projectos deste primeiro ano pastoral do seu episcopado?

Os grandes projectos são os projectos dos cristãos da diocese de Kolwezi. Desde a minha primeira Missa como bispo, sublinhei claramente que não vim para a Diocese de Kolwezi com projectos pastorais a impor. Por isso, o projecto pastoral teve que ser desenvolvido por todo o Povo de Deus da Igreja-família de Deus de Kolwezi. Isto é o que acaba de ser feito. Organizamos um workshop que reuniu 84 agentes pastorais (os bispos, sacerdotes, religiosos e leigos comprometidos). No final deste encontro, que reflectiu a sinodalidade na nossa diocese, foi elaborado um plano pastoral e traduzido num livrete que foi publicado e entregue aos agentes pastorais no final da Missa de abertura do ano. Este livriete apresenta as principais orientações que irão dinamizar a acção pastoral da nossa diocese nos próximos cinco anos. As orientações escolhidas centram-se na evangelização, na catequese e na liturgia; justiça e paz, ecologia integral; Educação e vocação cristã; desenvolvimento e empreendedorismo; saúde e obras sociais; e, finalmente, a comunicação e os meios de comunicação.

 

Quais são os desafios para o ano pastoral 2022-2023?

Os desafios para este ano pastoral estão ligados ao fortalecimento do anúncio do Evangelho que todos devemos realizar juntos para que a sinodalidade seja efectiva na nossa diocese. Para isso, apostamos resolutamente na formação de agentes pastorais, clérigos e leigos, enviando alguns para estudos especializados, bem como criando uma escola de Teologia para leigos. Pois não há fortalecimento da fé sem o conhecimento das Sagradas Escrituras. E está a começar gradualmente a construção de mais de vinte novos estabelecimentos pastorais (cinco igrejas e 17 novas paróquias) em toda a diocese.

Entrevista de Prisca Materanya, publicada no La Croix International a 27 de Setembro de 2022.