Arquidiocese de Braga -
7 março 2023
Igreja de Braga fez “memória agradecida” da vida e trabalho pastoral de D. Eurico

DM - Francisco de Assis
Antigo Arcebispo de Braga faria ontem 100 anos de nascimento e a efeméride foi assinalada com eucaristia e colóquio
A Arquidiocese de Braga fez ontem, de diversos modos, a "memória agradecida" da vida e trabalho ou Ministério Pastoral do antigo Arcebispo de Braga, D. Eurico Dias Nogueira. No dia do centenário do seu nascimento, a Igreja de Braga rezou uma Eucaristia em sua memória, promoveu uma visita ao panteão dos bispos, na Sé Catedral e um colóquio no Auditório Vita.
A Eucaristia na Sé foi presidida por D. José Cordeiro, Arcebispo Metropolita de Braga; e concelebrada por D. Nuno Almeida, Bispo Auxiliar de Braga; por D. Jorge Ortiga, Arcebispo Emérito de Braga, o Deão da Sé, cónego José Paulo Abreu; e vários outros cónegos e sacerdotes da arquidiocese.
Na assembleia, para além do povo cristão de Braga, destaque para familiares, o atual e alguns ex-presidentes da Câmara Municipal de Palpilhosa da Serra, município onde D. Eurico Dias Nogueira nasceu há 100 anos.
Logo no início da sua homilia, D. José Cordeiro pediu louvor a Deus, "fonte de todas as bênçãos, pelo dom da vida e do ministério pastoral" de D. Eurico, o 56.º Arcebispo de Braga.
"Damos graças porque, durante duas décadas, serviu esta Arquidiocese e fez desta cátedra um ponto luminoso", considerou o prelado, em tom elogioso.
Na mesma senda de gratidão, D. José Cordeiro lembrou o aniversário natalício, anteontem, do Arcebispo Emérito, D. Jorge Ortiga, membro do presbitério de Braga. Ele que foi Bispo Auxiliar e sucessor de D. Eurico.
Uma vez que não conheceu D. Eurico, D. José Cordeiro socorreu-se de escritos e de memórias do próprio homenageado e de clérigos de Braga, que com ele conviveram.
Uma dos escritos foi aquando da nomeação de D. Eurico como Arcebispo de Braga, em que escreveu uma carta ao Papa São Paulo VI, revelando toda a sua homildade. "Por três vezes Vossa Santidade se dignou olhar, com benevolência, para a minha desvaliosa pessoa", escreveu.
Do que escutou dos bispos e presbíteros que privaram com D. Eurico, D. José salientou: o amor pela família e as suas origens; a preocupação em estar permanentemente atualizado; o cuidado com a formação permanente do clero; o meticuloso cuidado em preparar as entrevistas que lhe solicitavam; o pensamento profundo e claro; a valentia no conteúdo e na forma, em fase de ebulição político-social.
Outro tema forte da homilia de ontem foi a Misericórdia. «Nestes tempos difíceis, recordar a tradição das obras de misericórdia significa apreender a caridade e a misericórdia como arte do encontro, como arte da relação, como arte de viver, mas significa sobretudo novo impulso de humanidade, para não permitir que o cinismo, a corrupção, a mentira, a ambição do poder e do domínio sobre os outros, a barbárie e a indiferença levem a melhor», pediu, insistindo: "o mal não pode ter nunca a última palavra. A Misericórdia é o modo de amar de Deus, ou melhor a Misericórdia é o autêntico nome de Deus", concluiu.
Depois da missa, o Arcebispo e os celebrantes encabeçaram o cortejo até ao panteão dos Arcebispos, onde repousa
D. Eurico. Ali, foi feita uma oração e os presentes puderam ver, em fotografias, alguns episódios da vida do homenageado, bem como algumas das peças oferecidas por D. Eurico, como explicou, o cónego José Paulo Abreu.
Seguiu-se uma visita ao Tesouro-Museu da Sé, onde estão expostas algumas peças oferecidas pelo antigo Arcebispo de Braga.
A missa foi solenizada pelo coro do Seminário Conciliar de Braga.
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