Arquidiocese de Braga -
21 abril 2023
Arcebispo de Braga faz balanço da Assembleia da CEP

DACS
A 206ª Assembleia da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) decorreu de 17 a 20 de abril, em Fátima
Depois de uma semana de trabalhos intensos da Assembleia da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), na sua 206ª edição (de 17 a 20 de abril), alguns pontos foram marcantes, como a jornada nacional de oração pelas vítimas de abusos sexuais, assinalada na Eucaristia do dia 20 e a criação do “Grupo VITA – Grupo de Acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal”, que será apresentado no próximo dia 26 de abril.
O anúncio da criação do Vita foi feito no comunicado final do encontro, por D. José Ornelas, que durante a semana foi reeleito presidente do organismo.
“A nossa Igreja não pode voltar atrás neste caminho, não deve e não vai voltar: é mesmo preciso estar ao lado dos mais pequenos, dos mais esquecidos”, disse D. José Ornelas, na Missa.
O Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, reconduzido também como presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade (foto), explicou um pouco mais sobre o encontro e fez um balanço da semana ao Departamento Arquidiocesano para a Comunicação Social.
Pode falar-nos um pouco de como é a Assembleia?
A Assembleia Plenária sempre é órgão máximo da CEP e reúne-se duas vezes por ano. Temos a Assembleia da Primavera, a Assembleia do Outono e depois ainda o Retiro e as Jornadas Pastorais. São quatro grandes momentos de encontro dos bispos que servimos às várias dioceses em Portugal e aqueles que também já serviram antes de nós, porque participam os bispos eméritos.
E como correu a semana?
É sempre uma experiência de comunhão, de fraternidade na procura dos caminhos comuns em Portugal e na Igreja no seu todo, que aqui peregrina, para sermos cada vez mais fiéis ao Evangelho e juntos encontrarmos as melhores soluções para os problemas, para as dificuldades e, sobretudo, os desafios. Para juntos também partilharmos as nossas tristezas, alegrias, esperanças, mas sobretudo naquilo que nos une no essencial, que é a missão do Evangelho.
Somos todos servidores do Evangelho da esperança, cada um na realidade, onde se encontra e sendo interpelados pela própria realidade à luz do Evangelho, encontrarmos os caminhos mais acertados no discernimento que nos é possível no encontro da oração. Porque as assembleias dos bispos acontecem sempre em ambiente de comunidade. Rezamos juntos, partilhamos a mesa, partilhamos aquilo que é o programa da própria Conferência Episcopal e com o seu ritmo próprio. E sentimo-nos encorajados para prosseguir o caminho. O facto de acontecer também no Santuário de Fátima, o Coração espiritual de Portugal, isso renova-nos, consola-nos, ao sentirmos a presença materna da Virgem Santa Maria.
Foi um encontro com momentos marcantes…
Esta Assembleia foi muito especial, porque foi concluída com aquela celebração na Basílica da Santíssima Trindade. Foi um momento muito marcante este o Dia Nacional de Oração por todas as vítimas de todo o tipo de abusos e concentramo-nos na expressão do Papa Francisco - os abusos de poder, de consciência, sexual, por todas as pessoas que os acompanham, por todas as famílias - mas sobretudo, para que sintam esta presença próxima, esta proximidade concreta da Igreja que peregrina em Portugal, nesta fase de purificação, de reparação e ao mesmo tempo, de formação e de prevenção.
Com o Vita dá-se um passo mais concreto?
É mais um passo para prosseguirmos este longo caminho. Mas é um passo muito importante. O próprio nome é também feliz porque trata-se de vida. Trata-se da dignidade da pessoa humana, acompanhar a todos e a cada um e, de um modo especial, os que mais sofrem e aqueles que foram traídos na sua confiança, nas pessoas e nos lugares que têm que ser seguros e que têm de ser a expressão concreta do Evangelho vivido.
Pode-se dizer que é um caminho que Braga já estava a fazer?
Braga, está nesse caminho e cada vez mais consolidado. Esperamos ser esta presença concreta e viver esta proximidade à luz da parábola do Bom Samaritano, que é aquela que norteia o nosso plano pastoral, para que possamos, com a nossa própria vida, testemunhar que onde há amor, aí habita Deus.
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