Arquidiocese de Braga -
19 maio 2023
"Um sim total a Jesus"

D. Nuno Almeida partilhou com o Departamento de Comunicação as primeiras impressões da nomeação para a Diocese de Bragança-Miranda e as suas expectativas.
Desde o início da manhã de hoje, dia 19, foi uma sequência de emoções após o anúncio oficial do Vaticano da nomeação do então Bispo Auxiliar de Braga, D. Nuno Almeida, como o novo pastor à frente da Diocese de Bragança-Miranda.
D. Nuno, bispo em Braga desde 2016, ocupará a diocese transmontana antes conduzida por D. José Cordeiro. Desde de fevereiro de 2022, a Diocese de Bragança-Miranda era governada pelo monsenhor Adelino Paes, administrador diocesano.
Em abril de 2023, D. Nuno foi eleito presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família.
O bispo partilhou com o Departamento de Comunicação as primeiras impressões deste dia e as expectativas.
Como recebeu a notícia? Primeiro, lógico, da sua alegria, e como que caiu no seu coração esse chamamento?
Recebi a notícia do núncio no domingo à noite e era no dia em que eu não esperaria de maneira nenhuma. Num domingo, depois da vida pastoral, ter esse telefonema. Foi um momento também de partilha. E quero até manifestar a minha gratidão para com o seu anúncio, para a sua simpatia, para a sua diplomacia, para também para a sua amizade, no sentido de me ajudar a acolher este chamamento, não simplesmente como uma decisão burocrática, mas como um chamamento que vem do próprio Jesus Cristo e que vem da Igreja. Para mim também era importante sentir isso. Que esta ida para Bragança não se desliga daquilo que eu já tinha dito quando disse sim à ordenação presbiteral e que não se desliga, de maneira nenhuma, do sim na ordenação episcopal.
E nessa altura, esse sim foi sem nenhum programa, sem nenhum projeto, sem nenhuma condição. Portanto, foi um sim total a Jesus Cristo e que agora tem esta expressão também de deixar Braga e partir para Bragança-Miranda.
Ainda há aquela expectativa do novo, mesmo depois de tanto tempo?
Sim. Isto é, tenho noção por um lado, já há aqui um percurso de sete anos. Também olho para a idade, são 60 anos, e, depois, para a missão. Não posso dizer que não tenho humanamente noção da exigência do que é ser pastor numa diocese, nos tempos que correm, tendo em conta também que não temos a abundância de vocações sacerdotais. Também tendo em conta que mesmo a presença da vida religiosa e missionária em Bragança não é tão numerosa como acontece nas dioceses do litoral e tudo o que tem acontecido, mesmo em termos de desertificação. Há aqui muitos aspectos que são desafios.
Depois temos esta grande Jornada Mundial da Juventude. Significa que o bispo tem que também não só preparar e viver essa jornada com os jovens, neste momento de Bragança-Miranda, mas sobretudo o pós-jornada.
Tenho essa noção deste temor diante de tudo, o que está quase como em ‘flash’, no início do ministério.
Por outro lado, estamos a viver um sínodo. Um sínodo sobre a sinodalidade que o Papa lançou e nos convocou e que tem sido também um percurso muito importante. Este sínodo está a ser laboratório para uma maneira nova de viver a vida numa diocese, numa paróquia, num movimento, muito mais participada.
É impensável entendermos uma diocese como sendo só um ou só o bispo a tomar decisões, por exemplo. Mas também uma diocese não é cada um isoladamente, ou cada grupo, ou cada comunidade. Este nem ser só um, nem cada um, mas ser um caminho sinodal, é muito exigente e muito belo ao mesmo tempo, porque só o Espírito Santo pode fazer com que, na diversidade encontremos sempre a comunhão e a unidade.
Falou antes do primeiro 'sim', o presbiteral. Qual a emoção desse 'sim' de agora?
Para mim, naquela primeira hora, foi foi muito surpreendente, esse sim. Foi o bispo de Viseu que me perguntou se eu aceitava vir para Braga como bispo auxiliar e eu ia completamente às cegas, não imaginava o que o que me ia ser proposto naquela hora. Foi um momento muito surpreendente. Mas o primeiro pensamento foi: preciso de algum tempo para me colocar diante de Jesus Cristo. E me colocar diante de Jesus significava mesmo diante do Sacrário, Não noutro sítio. E o pensamento era este, interiormente, também no coração, na consciência, sentir que não era uma medida, simplesmente, uma decisão que burocrática ou administrativa da Igreja, mas que o chamamento vinha, de facto, de Jesus Cristo, como tinha sentido esse chamamento para parar a ordenação presbiteral.
Agora foi parecido. Não houve tanta surpresa, porque há contactos prévios e já é um bocadinho diferente. Mas esta necessidade de me colocar diante do Senhor da minha vida e da Igreja, e da História, foi a mesma.
Só assim tem sentido também dizer sim, porque não tem sentido humanamente, ou só humanamente, abraçar uma missão como esta.
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