Arquidiocese de Braga -

12 junho 2023

Bênção dos animais leva multidão a Santo António de Mixões da Serra

Fotografia DM

José Carlos Ferreira - DM

O padre Miguel Neto, pároco de Valdreu, procedeu à bênção dos animais

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O Santuário de Santo António de Mixões da Serra, situado na freguesia de Valdreu, Vila Verde, recebeu ontem a tradicional bênção dos animais, uma cerimónia que acontece sempre no domingo que antecede o dia 13 de junho, dia de Santo António.

Nascida no século XVII por vontade dos agricultores, não só de Vila Verde, como também de Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Terras de Bouro, entre outros concelhos, esta é uma tradição ancestral que, no passado, visava pedir a proteção a Santo António da peste e dos ataques do lobo para o gado que pastava nos montes. 

Hoje, é notória a presença cada vez menor de gado bovino, em detrimento do gado cavalar e até dos animais de estimação. Este ano foi o padre Miguel Neto, pároco de Valdreu e, por inerência, capelão de Santo António de Mixões da Serra, quem presidiu à Eucaristia, seguida da bênção dos animais. No ano passado, por estar infetado com Covid, não pôde estar presente. Por isso, esta foi a primeira vez que presidiu à cerimónia. «Era uma realidade que eu não conhecia antes de vir para cá. Já tinha ouvido falar de Mixões da Serra e do santuário de Santo António. A dimensão da festa em si e a realidade do que ela é, eu não conhecia», disse.

O sacerdote, na sua homilia, lembrou que na “Casa Comum” todos são chamados por Deus a administrar a Terra, «que tem sofrido muito à mão de tantos seres humanos sem escrúpulos que tentam explorar este planeta». O padre Miguel Neto sublinhou que as alterações climáticas são evidentes e ninguém as pode negar, apelando aos presentes, cristãos batizados, a praticarem gestos, que ajudem a minimizar o problema.

O pároco de Valdreu salientou ainda que a bênção dos animais «deve significar o cuidado pela Criação». «Pode ser um gesto muito bonito trazer os animais para serem benzidos, mas pode ser um gesto sem sentido cristão se não administrarmos bem esses animais, isto é, se não cuidarmos deles», acrescentou.

No final da Eucaristia, o sacerdote procedeu à bênção dos animais, seguindo-se  a procissão de Santo António com o andor primitivo.