Arquidiocese de Braga -
14 junho 2023
Famalicão distribui mais de 3500 pães no dia de Santo António

Jorge Oliveira - DM
Bênção do Pão de Santo António decorreu na Praça D. Maria II, após a Eucaristia
Mais de 3500 pães benzidos foram distribuídos em Vila Nova de Famalicão naquele que foi o último dia das festas concelhias dedicadas a Santo António.
A oferta do “Pão de Santo António”, também conhecido por “Pão Bento” ou “Pão dos Pobres” é uma das tradições mais enraizadas das Festas Antoninas deste concelho, sendo realizada, de acordo com os registos, desde 1906, sempre no dia de Santo António, 13 de junho.
Ontem, no final da Eucaristia em honra de Santo António, a tradição voltou a repetir-se com toda a sua simbologia, na Praça D. Maria II, com a presença do bispo auxiliar de Braga, D. Delfim Gomes, que presidiu pela primeira vez a estas celebrações, e de vários membros do executivo municipal, liderado por Mário
Passos.
Coube a D. Delfim Gomes, depois de proceder à bênção, distribuir os primeiros pães, um gesto com mais de um século que está relacionado com os vários milagres atribuídos a Santo António.
A distribuição do “Pão Bento” é orientada pelo Conselho Económico da Paróquia de Antas, com a colaboração da Câmara Municipal.
Além de ofertado às largas centenas de pessoas que participaram na Eucaristia, o “Pão de Santo António” chega também, de forma anónima, a famílias carenciadas do concelho de Vila Nova de Famalicão.
«Vai incluído no cabaz de alimentos que nós todos os meses distribuímos», disse a secretária do Conselho Económico da Paróquia de Antas.
Segundo Carla Castro, desde a pandemia tem havido um aumento do número de pedidos de ajuda, estando a Paróquia de Antas a apoiar atualmente 50 famílias.
«A situação do país continua a não ser a melhor e temos cada vez mais famílias carenciadas a pedir o nosso auxílio para fazerem face às despesas», observou.
Das palavras às obras
Na Eucaristia campal, D. Delfim Gomes, partindo do Evangelho de S. Mateus, desafiou os fiéis a serem «sal da terra (que dá sabor ao mundo) e luz do mundo (que ilumina o caminhar)», seguindo o exemplo de Santo António.
«Precisamos de alargar o nosso horizonte, ter um coração missionário e universal, estar disponíveis para ir e contar»,
exortou.
Depois de lembrar alguns pensamentos de Santo António, escritos nos seus sermões (como “A linguagem é viva quando falam as obras, calem-se, portanto as palavras e falem as obras”, “De palavras estamos cheios, mas de obras vazios”, o prelado referiu que «é hora de passar da teoria à prática , do conhecimento à ação, da Palavra recebido e acolhida às obras».
«Dêmos sabor ao mundo e sejamos luz para o caminho dos nossos irmãos e para o nosso próprio caminho», incentivou.
A missa foi celebrada na Praça D. Maria II, adjacente à capela de Santo António, no mesmo lugar onde se situava a antiga capela, demolida em 1921. No final da celebração, o pároco de Antas, José Domingos, convidou os fiéis a visitarem a atual capela de Santo António que completou ontem 99 anos da sua inauguração. No próximo ano irá celebrar-se o centenário.
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