Arquidiocese de Braga -

25 junho 2023

S. João Baptista provoca a inquietação de não ficar acomodado ao que somos

Fotografia DM

José Carlos Ferreira-DM

D. José Cordeiro manifestou a sua alegria e satisfação por presidir pela pela primeira vez à Eucaristia Solene do Nascimento de S. João Baptista no recinto da capela de S. João da Ponte.

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O Arcebispo Metropolita de Braga presidiu ontem de manhã, pela primeira vez nestas festas desde que assumiu a Arquidiocese, à Eucaristia Solene do Nascimento de S. João Baptista no recinto da capela de S. João da Ponte.

D. José Cordeiro, apontando para S. João Baptista, salientou que ele, na sua humildade, isto é, na sua verdade inteira, provoca ainda hoje «a inquietação na consciência das pessoas, de dizer que não vos deveis acomodar àquilo que já sois, àquilo que já fazeis, àquilo que já tendes». «Mas tendes de ser cada vez mais e melhor para que, sendo bons cidadãos e bons cristãos, nós possamos sempre contribuir com uma marca positiva para o mundo em que vivemos e na Igreja a que pertencemos», acrescentou.

Lembrando as palavras de S. João Baptista, “é necessário que Ele cresça e eu diminua”,
D. José Cordeiro considerou que Jesus, com esta frase, «é apontado como o sol da justiça». «E nós, ao contemplarmos o sol e deixarmo-nos iluminar por Ele fazemos com que, ao diminuirmos no nosso egoísmo, no nosso “eu”, sejamos capazes de construir o “nós” neste processo sinodal em que a Igreja se encontra», acrescentou. 

O Arcebispo de Braga sustentou que, na vivência da festa e desejo do convívio, experimentamos a beleza de vivermos em união, fraternidade, de construir a justiça, a paz, a verdade e o amor, «Celebrarmos a festa com estes testemunhos tão grandes, como é o de S. João Baptista, torna-nos também pequenos. E quem se torna pequeno acolhe a grandeza do amor de Deus no seu coração. Na sua homilia, D. José Cordeiro exortou os presentes a serem Cristóforos. «S. Cristóvão é aquele que transporta Cristo aos ombros e, segundo a tradição, ao passar de um lado para o outro, sentiu esse peso de trazer Jesus consigo. Mas é um peso que liberta, um peso da fraternidade, um peso da amizade, um peso da oração, um peso da fé e da esperança, que nos torna mais leves e capazes de levar Cristo no nosso coração e contagiá-lo na nossa família, nos nossos amigos, nas pessoas que convivem connosco, e até alargando o horizonte, nos nossos inimigos, mesmo nas pessoas com as quais não temos tanta simpatia e, sobretudo naquelas pessoas que são as periferias existenciais, os pobres, os excluídos, aqueles que passam por tantas necessidades, aqueles que vivem sem sentido na sua vida e que esperam uma palavra, um sorrido, uma presença», explicou D. José Cordeiro, exortando as pessoas a ter um outro olhar para a vida.


Restauro da imagem de S. João deve interpelar para a renovação 

O Arcebispo Metropolita de Braga, antes da celebração da Eucaristia, visitou a capela de S. João da Ponte com o pároco de Santo Adrião, tendo o padre Domingos Paulo mostrado o excelente trabalho de restauro da imagem de S. João Baptista.

Na homilia, D. José Cordeiro considerou que esta imagem pode ser uma interpelação para todos, «para nós os bispos, presbíteros, as pessoas com responsabilidade das festas de S. João, desta paróquia de Santo Adrião, os responsáveis políticos, sociais e económicos». «Ele é um Homem grande, é o ponto de encontro entre o antigo e o novo. E o novo não permanece novo para sempre se não se deixar renovar, por isso, o restauro da imagem de S. João Baptista interpela-nos a isso. Precisamos de renovar o coração, a esperança, a alegria, a energia interior para prosseguirmos o caminho. E, às vezes, é preciso uma limpeza, um restauro para não perder a beleza original que recebemos pelo batismo», disse.