Arquidiocese de Braga -
3 julho 2023
Romaria Grande volta a ser digna do título de rainha da cultura popular vimaranense

Rui de Lemos - DM
D. José Cordeiro presidiu à Eucaristia solene em honra de S. Torcato
Os três dias da Romaria Grande de S. Torcato, em Guimarães, que ontem terminou, voltaram este ano a atrair multidões de peregrinos e romeiros, reafirmando um cartaz festivo que rivaliza com os maiores do Minho. «Voltamos a merecer por inteiro direito o título de rainha da cultura popular, com três dias absolutamente extraordinários», sustentou o juiz da Irmandade, Paulo Novais.
A pequena vila de S. Torcato ostenta com orgulho o título de Rainha da Cultura Popular de Guimarães. E tem na Romaria Grande, que ontem terminou, o seu mais afamado cartaz, celebrado sempre no primeiro fim de semana de julho, desde 1852 - ano da trasladação do corpo do Santo da Igreja Velha para o Santuário, atual Basílica. Aquela que já foi apelidada de “Maior Romaria do Minho”, rivalizando em aparato e prestígio com a da Senhora da Agonia de Viana e com o São João de Braga, «voltou este ano a fazer jus ao nome, merecendo por inteiro direito o título de rainha da cultura popular, com três dias absolutamente extraordinários», considerou, ao “DM”, o juiz da Irmandade, Paulo Novais.
A fama da Romaria Grande sempre trouxe a S. Torcato peregrinos e populares de toda a parte para deslumbrar os olhos e o estômago, mas também por forte devoção e íntimo apego ao “Santinho do Povo”, a quem a festa organizada pela Irmandade é inteiramente dedicada. «Estamos muito contentes e todo este trabalho compensa quando resulta em grandes multidões que vêm a S. Torcato para participar na festa popular, mas também nas grandiosas atividades religiosas, como foi o caso das solenes eucaristia e procissão», ilustrou Paulo Novais.
Antes como agora, o que torna a vila de S. Torcato única é o seu “santinho” e o seu povo. E é esta singularidade que a Irmandade quer valorizar e reforçar em permanência. «O nosso principal objetivo e esforço é para manter a traça original e vincadamente popular da Romaria Grande, porque esta foi e continua a ser uma festa eminentemente popular, mas que nasce de forma quase espontânea, com as pessoas a rumarem por iniciativa própria a S. Torcato. No início, eram os próprios romeiros que faziam e animavam a festa. E este ano voltamos a sentir que a devoção e culto a S. Torcato continuam e estão, de facto, muito vivos. É isto que nos enche o coração, afiançou o juiz da Irmandade.
Assim, o programa festivo deste ano, que celebra os 171 anos da Romaria Grande, manteve a sua traça original, com o dia de ontem dedicado às grandes celebrações religiosas e a Irmandade empenhada «em manter a dignidade que impõe uma devoção popular com esta dimensão e características próprias, com o fervoroso sentimento que aqui existe pelo nosso ‘santinho do povo’», sublinhou Paulo Novais. Na eucaristia solene que voltou a lotar a Basílica, o Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, pediu aos devotos de S. Torcato que façam «uma opção por Jesus Cristo do fundo do coração e não como uma coisa superficial, de mera devoção ou de uma vez ao ano, mas de todos os dias». Sublinhando o desafio lançado pela Evangelho, o prelado apontou que seguir a Cristo «tem de ser tarefa do quotidiano da nossa vida, atitude diária, permanente e constante, cada um consoante as suas possibilidades, a sua idade, responsabilidade e vocação».
Apontando o exemplo de S. Torcato, que colocou com a sua vida Jesus Cristo no centro das suas opções, D. José Cordeiro pediu aos devotos e peregrinos do “santinho do povo”, que coloquem «Cristo no centro das prioridades e no modo como encaramos e vivemos a vida». De resto, acrescentou, «S. Torcato e tantos que vêm a esta Basílica encorajam-nos a prosseguir na firmeza da fé, na alegria da esperança e na generosidade da caridade, porque onde há amor verdadeiro aí habita Deus», concluiu.
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