Arquidiocese de Braga -
11 setembro 2023
Arcebispo de Braga aponta perdão e diálogo como caminho para a paz
DM - Jorge Oliveira
D. José Cordeiro presidiu pela primeira vez à peregrinação ao Santuário da Senhora do Viso
O Arcebispo Metropolita de Braga, D. José Cordeiro, apontou ontem o perdão, a reconciliação, a compaixão e o diálogo como meios para se alcançar a concórdia e a paz, quando presidia à missa solene da peregrinação arciprestal ao Santuário de Nossa Senhora do Viso, em Caçarilhe, Celorico de Basto.
“Só o caminho do perdão e do diálogo é que fazem de nós pessoas mais humanas, mais fraternas. Não nos cansemos de dialogar, porque as pequenas e as grandes guerras começam sempre porque desistiram de dialogar, porque acham que têm razão e que não há mais nada para dizer”, defendeu D. José.
Partindo das Leituras do dia, em que Jesus pede para perdoar até 70x7, o arcebispo referiu que o cristão deve sempre procurar fazer o bem, escutar os irmãos e perdoar, "mesmo quando eles erram, mesmo quando os outros nos fazem mal ou fazem o mal".
"Às vezes é preferível perder a razão para poder viver em paz, e depois de viver em paz recuperar a razão, porque a razão é o sentido da justiça, da verdade, do amor, mas há muito caminhos para lá chegar e os caminhos que o Evangelho nos aponta, os caminhos de quem se diz devoto da Senhora do Viso são os caminhos da reconciliação, do perdão, da paz", reforçou.
Ainda que "vivamos num mundo tão complicado", D. José preconizou que "é possível um mundo novo, viver a harmonia entre as pessoas, viver a paz".
E um exemplo disso foi a experiência com os milhares de jovens na Jornada Mundial da Juventude em Portugal, apontou.
O Arcebispo de Braga aproveitou o momento para agradecer ao arciprestado, ao município e às comunidade de Celorico de Basto a hospitalidade e o cuidado que tiveram para com os jovens estrangeiros que viveram os Dias na Diocese no território onde nasceu o patrono dos jovens da Arquidiocese para as JMJ, o Venerável Frei Bernardo de Vasconcelos.
"Esse cuidado para nós parece óbvio, mas para aqueles que nos visitaram não esperavam tanto, não esperavam tanta hospitalidade, tanto acolhimento. O que significa que em muitas realidades da Europa e do Mundo já não é possível viver o encontro e a hospitalidade, o acolhimento, a liberdade, a proximidade como sentiram os jovens, os adultos e até os bispos que visitaram a nossa Arquidiocese", disse.
Diante das centenas de peregrinos reunidos no recinto do santuário e ladeado pela imagem da Senhora do Viso, D. José Cordeiro criticou aqueles que só pensam no seu bem e ignoram os outros quando vão pedir alguma coisa às autoridades.
«A maioria não pede para o povo, não pede para a comunidade, pede para si. O 'eu' sobrepõe-se ao 'nós', mas quem faz uma peregrinação, que celebra a Eucaristia é desafiado permanentemente a passar do 'eu' ao 'nós'", disse.
Na celebração, o Arcebispo lembrou as vítimas do terramoto em Marrocos, registado sexta-feira, e as vítimas da guerra e de tantos males no mundo, as pessoas que sofrem e as que desistiram de viver, de esperar, de acreditar.
A peregrinação arciprestal à Senhora do Viso, em Caçarilhe, realiza-se sempre no segundo domingo de setembro, integrada na tradicional festa e romaria em honra da Senhora, contando com a participação das paróquias do Arciprestado, que se fazem representar por fiéis e bandeiras. O título Senhora do Viso tem a interpretação do olhar, da contemplação.
"Senhora do Viso pode significar a beleza da criação, a beleza da visão, a beleza daquilo que se vê, e mais belo do que o rosto humano não existe", explicou D. José Cordeiro, nesta que foi a sua primeira peregrinação à Senhora do Viso enquanto Arcebispo de Braga.
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