Arquidiocese de Braga -
20 outubro 2023
Ordenação diaconal este domingo na Sé

DACS
Os seminaristas João Batista Conde e Sérgio Augusto Monteiro Araújo serão ordenados diáconos na Catedral de Braga, às 16h
Neste domingo, dia 22 de outubro, data da Solenidade de S. Martinho de Dume, bispo de Braga, padroeiro principal da Arquidiocese, os seminaristas João Batista Conde e Sérgio Augusto Monteiro Araújo serão ordenados diáconos na Catedral de Braga, às 16h.
João é natural da paróquia Divino Salvador de Valdreu, em Terras de Bouro, e Sérgio da paróquia de São Vicente de Oleiros, no Arciprestado de Guimarães e Vizela.
Toda a comunidade é convidada a participar deste momento. Conversamos com os dois sobre vocação e os desafios deste caminho.
Que ponto foi decisivo, em que pensaram: o sacerdócio é para mim, para minha vida?
João Conde - O ponto decisivo foi mesmo a vivência no seminário, ao ir percebendo um pouco o que era a vida sacerdotal. E a partir daí fui descobrindo esse caminho. Claro que efetivamente ainda não sabemos aquilo que é a vida sacerdotal, mas a aproximação que fazemos, a partir dos outros, permite-nos ter alguma visão daquilo que será o futuro. E a partir do encantamento com esse futuro, e desta entrega a Jesus Cristo, confirmamos a nossa vocação naquilo que é a nossa resposta.
Sérgio Araújo - O mais belo é ver a entrega e ver essa entrega de uma forma em que não há planos, não está delineada. Mas lá está, numa entrega onde temos os nossos companheiros do seminário que nos vão ajudando, olhando para os mais velhos como alguém que já fez caminho, que nos está a ajudar.
Novas etapas virão, com orientadores que nos também acompanham, e é esse sinal que nos fortifica.
A vocação é algo que tem que ser trabalhado, cultivado todos os dias?
João - A questão da vocação é algo intrínseco no nosso viver, que nos acompanha desde o desde o nascimento, de forma decisiva a partir do batismo. Claro que não com uma consciência, já que somos batizados ainda bebés, mas a partir daí, essa descoberta vai sendo feita. Lembro-me que nos primeiros anos de vida e depois, mais tarde, falarmos da questão de vir a ser padre, claro que uma forma muito inconsciente, mas isso já é uma forma de responder a esta vocação. Claro que não tanto de uma forma esclarecida, como foi depois no seminário, mas é já a partir daí. E depois o plano da vocação acompanha sempre a vida quotidiana. Não é algo que se faz só de vez em quando, mas naquilo que é o quotidiano da vida.
Depois, no seminário e também com a ajuda da direção espiritual, a ajuda dos formadores, a ajuda dos colegas, de uma comunidade que nos acompanha e que faz caminho connosco. E isso é essencial para descobrir a vocação. Também a questão familiar nos ajuda bastante, desde o início, mesmo antes de entrar no seminário e, depois que nos acompanha. Uma comunidade paroquial também nos vai ajudando neste percurso, mas sabendo que a vocação é algo que se vive todos os dias e se procura responder todos os dias, é essa a certeza.
A partir daí também foi aflorando esta decisão do percurso sacerdotal.
Estamos no meio do Sínodo. Quais são as expectativas que têm para esse tempo na Igreja?
Sérgio - O Papa Francisco há uns tempos disse algo como ‘se estivermos abertos ao Espírito, o Sínodo correrá bem’. E é essa abertura. O Sínodo para mim trouxe essa abertura onde somos questionados, somos ouvidos, principalmente, e depois de sermos ouvidos, colocamos tudo sobre a mesa onde podemos todos trabalhar. E na base, se estiver o Espírito Santo, sairão conclusões muito boas que trarão novas visões e novas alegrias para a Igreja, certamente.
Há novas perspetivas que já são visíveis, outras que se começam a aflorar agora, de que, tanto para a missão de diaconado quanto para os para o presbiterado. É verdade que já surgem essas ‘novas flores’.
Que desafios enxerga como mais urgentes agora, no âmbito pastoral?(ou na Arquidiocese de uma forma geral)
João - Há pouco tempo tivemos a Jornada Mundial da Juventude. Penso que o maior desafio agora é continuar esse processo que se iniciou na questão dos jovens. Foi uma boa experiência, muito enriquecedora para todos aqueles que participaram. Mesmo para aqueles que não chegaram a ir a Lisboa, tiveram esse impacto aqui na diocese.
A partir daí, continuar esse processo, não como algo que teve um fim, mas que teve um princípio para muitas outras coisas e para outros.
Penso também que não há outra forma agora de ser Igreja, a partir deste Sínodo. Acho que uma urgência para o futuro é mesmo que o Sínodo se sinta, e depois também os frutos sejam sentidos aqui na nossa Diocese, com as conclusões a que chegarem e também as conclusões que foram sendo trabalhadas aqui na Diocese, nesta Igreja local. Penso que isso é o mais urgente para o futuro. E perceber que realmente a Igreja é sinodal e essa forma de ser Igreja, muito ao exemplo daquilo que era a Igreja inicial, essa sinodalidade, deve ser vivida aqui.
Sérgio - No ano passado estive a preparar a pré-jornada no arciprestado, agora estou em missão pastoral noutro. E são expectativas diferentes, mas a verdade é que não devemos perder esta chama que foi lançada a toda a juventude. E é essa imensidão de jovens que tivemos na Jornada agora devem continuar, mesmo que já exista um pouco de ‘cinzas’ sobre as chamas.
Agora, tanto a nível paroquial, quanto a nível arciprestal, quanto a nível arquidiocesano, devem ser reavivadas e ser trabalhadas com o Sínodo, com a Pastoral da Juventude.
Qual o sentimento de vocês, o como está o coração para o domingo?
João - O coração sente-se assim, um bocadinho empolgado, para aquilo que vai acontecer no domingo, mas, de certa forma, também há uma tranquilidade de fundo, uma esperança de que o futuro será um florescer para uma nova caminhada neste percurso sacerdotal. Primeiro diaconal, mas futuramente sacerdotal. É uma tranquilidade e uma certeza de que a nossa vocação está a caminhar no rumo certo.
Sérgio - O coração está um bocadinho agitado, porque é um grande passo, um bom passo. Mas está aconchegado. Sente-se a alegria dos colegas. Sente-se a alegria mesmo de alguns padres que já falaram comigo. Há esse aconchego, essa fraternidade, do estamos cá: ‘é uma nova missão, vais abraçá-la, vamos caminhar juntos’. É esse sentimento.
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