Arquidiocese de Braga -

15 janeiro 2024

Presépio ao Vivo de Priscos supera as expectativas: um espetáculo de realismo, história e encanto

Fotografia DACS

Pe. João Torres - Pároco de São Tiago de Priscos

Ontem, dia 14, foi o última data de visitação ao presépio

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O Presépio Vivo de Priscos, realizado na freguesia de Priscos, concelho de braga, transformou-se mais uma vez num espetáculo de história e realismo, atraindo milhares de visitantes. Este evento, que chegou à sua 17ª edição, tornou-se uma tradição emblemática na região, colocando Priscos num lugar de destaque na celebração dos Presépios Vivos em Portugal e da Europa.

O Presépio Vivo da comunidade Priscos é uma experiência verdadeiramente mágica. É uma viagem de arte, história e cultura que pretende oferecer aos visitantes a oportunidade de um mergulho no passado. Assim, Priscos, transformou-se novamente numa máquina do tempo, tornando-se uma pequena e antiga Belém, confirmando que depois de 2023 anos, o nascimento de Jesus continua a surpreender e a apaixonar pessoas de todas as épocas. É uma representação que reproduz os locais e personagens do nascimento de Jesus, mas antes parte do significado intrínseco e profundo do presépio criado pela primeira vez por São Francisco de Assis.

A comunidade une-se num caloroso abraço de tradição e celebração, bem como uma forte atração para o público. Com ou sem fé, qualquer pessoa pode encontrar-se nesta viagem ao tempo de Jesus que inspira paz e serenidade. Isto confirmado pelo número de figurantes envolvidos e pelo número de visitantes de vários pontos do país e da vizinha Espanha. Muitas foram as paróquias, de várias Dioceses de Portugal, que se organizaram para visitar o presépio com as suas crianças, adolescentes, jovens e idosos. Também muitos grupos de escuteiros e de jovens visitaram este presépio.

O povo de Priscos torna-se pela altura do natal, embaixadores da capital minhota, criando um ambiente que privilegia a reflexão, criatividade, participação e espírito comunitário, que encanta quem o visita.

 O que tornou esta edição do presépio vivo ainda mais especial foi a presença de Nadege Ilick, vítima de tráfico humano. Esta Jovem camaronesa contou a sua história na inauguração da edição deste ano para que outras vítimas não tenham vergonha e possam contar suas histórias. Para ela, é muito importante contar a sua história, porque há outras pessoas na mesma situação e não se atrevem a falar. Os visitantes puderam ver duas exposições fotográficas: "Mercadoria Humana", de Pedro Medeiros e «Tráfico de Seres Humanos - Também Acontece Aqui», de Hugo Pinheiro, ambas cedidas pela organização não-governamental Saúde em Português.

Por trás do presépio vivo há muito trabalho e, acima de tudo, há pessoas que se preocupam com esta tradição e que trabalham todos os anos para que seja encenada. Todas as estruturas são feitas à mão por pessoa da comunidade e pelos reclusos do Estabelecimento Prisional de Braga; muita atenção é dada aos detalhes; tudo é cuidado com perfeição, desde a busca de ferramentas e equipamentos antigos até o bem-estar animal e a criação de roupas, das iguarias servidas aos visitantes, tudo feito com dedicação e generosidade pelos membros da comunidade paroquial de Priscos e pelos reclusos do Estabelecimento Prisional de Braga.

Montar um presépio vivo é um desafio complexo. O excelente sucesso do evento recompensa o trabalho realizado nestes meses de preparação. São inúmeros os elogios que nos chegam nas nossas redes sociais e isso leva-nos a pensar imediatamente nas novidades a apresentar na próxima edição.

O Presépio Vivo não é apenas uma representação de um acontecimento bíblico, mas também tornou-se um símbolo da identidade e do espírito comunitário de Priscos. O evento é um exemplo claro de como a tradição e a cultura podem ser veículos para fortalecer a coesão social e o desenvolvimento local. O Presépio de Priscos vive graças à boa vontade de pessoas que, unidas apenas pelo amor a esta causa, sabem criar algo tão grandioso e único como o Presépio Vivo e como a reinserção social de reclusos durante todo o ano.