Arquidiocese de Braga -

26 agosto 2024

Arcebispo liga martírio de beato bracarense ao desígnio diocesano de levar Jesus a todos

Fotografia DM

DM - Joaquim Martins Fernandes

O Arcebispo Metropolita de Braga, D. José Cordeiro, apontou ontem o martírio cristão como “o mais alto” testemunho no anúncio do Evangelho e da vontade de “levar Jesus a todos”. Na homilia que partilhou na eucaristia celebrada ontem na Sé Primacial de Braga, em que a Igreja bracarense recordou os 400 anos do martírio que o Beato Miguel Carvalho sofreu no Japão, o Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas não deixou de ligar o testemunho do missionário jesuíta natural de Braga ao desígnio que a Arquidiocese assumiu na caminhada de preparação para a celebração dos 2000 anos da Páscoa, que tem como lema “Levar Jesus a todos e todos a Jesus”.

“O martírio significa o mais alto testemunho dado pelo Evangelho, isto é, pelo sonho de levar Jesus a todos com a alegria da esperança”, disse D. José Cordeiro. Conforme vincou o Arcebispo de Braga que, para a Igreja Católica, “o martírio é o supremo testemunho dado em favor da verdade da fé” e “designa um testemunho que vai até à morte”. É que “o mártir dá testemunho de Cristo, morto e ressuscitado, ao qual está unido pela caridade”, enfatizou D. José Cordeiro, deixando claro que trata-se de um “testemunho da verdade da fé e da doutrina cristã” e que “suporta a morte com um ato de fortaleza”.

Na eucaristia com que a Arquidiocese de Braga se associou às celebrações do martírio do Beato bracarense que foi queimado vivo no Japão, por anunciar o Evangelho a todos, D. José Cordeiro deixou claro que o testemunho sem limites do missionário jesuíta não pode deixar de inspirar a Igreja de Braga.

“O martírio de Miguel Carvalho inspira uma atitude acerca de quatro valores adaptados a este tempo da ‘net generation’, que já supõem a fé, esperança e caridade e ainda as virtudes cardiais (justiça, prudência, temperança e fortaleza) e são eles: a integridade, a lealdade, a paciência e a misericórdia”, afirmou o Arcebispo Metropolita de Braga. 

D. José Cordeiro deixando na Sé Primacial de Braga o desejo de que “a cruz florida da Páscoa nos renove na fé da Esperança que irradia o amor luminoso e confiante”.

 

Braga celebrou contributo da Igreja para a promoção da arte e do humanismo

O Salão Nobre do Museu dos Biscainhos ficou ontem completamente lotado por entidades ligadas à Igreja, à cultura e às artes. O motivo para a celebração do contributo da Igreja Católica na promoção do  humanismo e das artes foi evocação dos 400 anos do martírio do Beato bracarense Miguel Carvalho e dos 300 anos da icónica pintura alusiva ao acontecimento, que faz do teto da sala mais nobre do museu bracarense uma referência no mundo das artes. O Beato bracarense Miguel Carvalho foi queimado vivo no Japão, em 25 de agosto de 1624. Ao evento promovido pela Arquidiocese de Braga, Companhia de Jesus (à qual pertenceu o beato Miguel Carvalho), Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa e Museu dos Biscainhos associou-se também a Museus e Monumentos de Portugal, que se fez representar pelo presidente Alexandre Pais. 

O responsável máximo da empresa pública que sucedeu à Direção-Geral do Património Cultural deixou em Braga a promessa de que o restauro da pintura alusiva ao martírio do Beato Miguel Carvalho “é uma das prioridades”, depois de concluídas as obras ainda em curso no Museu dos Biscainhos. Alexandre Pais destacou a dimensão de importância das comemorações promovidas por várias instituições bracarenses e que evidenciam “a maior relevância” do papel que a Igreja tem na promoção do humanismo e das artes. “Esta celebração é um ato de inteira justiça”, vincou Alexandre Pais.

Também o Arcebispo Metropolita de Braga testemunhou “a beleza artística tão singular” da pintura alusiva ao martírio do Beato bracarense, que “merece ser conhecida por toda a cidade”. D. José Cordeiro ligou a criação artística que faz do Museu dos Biscainhos a um espaço singular “à obra realizada no Japão pelo sacerdote Jesuíta” e que fez do missionário nascido em São João do Souto “um símbolo da caminhada da Igreja”. Para o líder da Igreja de Braga, o testemunho de 400 anos de Miguel Carvalho “continua a incentivar, nos dias de hoje, uma cultura de dedicação aos outros”, que a Arquidiocese não vai esquecer. “Todos os 25 de agosto serão de grande importância para a nossa diocese”, vincou D. José Cordeiro, deixando claro que a Igreja de Braga também está empenhada no êxito do processo de canonização do Beato que foi queimado vivo, juntamente com mais seis missionários.

O vice-Postulador da Causa de Canonização dos Beatos Mártires do João, onde se inscreve Miguel Carvalho - são ao todo 205 -, deixou ontem em Braga a sugestão de que a cidade tem motivos acrescidos para celebrar a santidade do sacerdote que “foi batizado na igreja de São João de Souto”.



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