Arquidiocese de Braga -
19 outubro 2024
Passaporte Património promove viagem por mais de 2000 anos da História de Braga
DM - Carla Esteves
“Uma viagem com mais de 2000 anos de História” é o que promete proporcionar o “Passaporte Património”, um projeto desenvolvido pela Fundação Bracara Augusta, em parceria com 11 instituições e oito parceiros privados da cidade, que agregou um total de 40 interlocutores. O grande objetivo deste “roteiro” singular é estimular o conhecimento de cerca de 70 bens e sítios de grande valor patrimonial e promover um maior conhecimento da paisagem cultural e patrimonial de Braga.
O passaporte foi, ontem, apresentado na Sé, com a presença do Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, e do presidente da Câmara, Ricardo Rio, além de representantes das instituições envolvidas. Marcou ainda presença uma turma do 4.º ano da EB1 da Sé, evidenciando o papel que o Passaporte poderá ter no crescimento da educação patrimonial dos mais novos.
D. José Cordeiro destacou a importância deste Passaporte para “deixar os monumentos falarem” permitindo conhecer as várias fases da nossa história. O Prelado destacou igualmente a relevância de transmitir este legado aos mais novos e às famílias, através do passaporte físico, mas também dos códigos digitais (QR Code), que dão acesso a mais informação sobre cada um dos monumentos apresentados.
Repto à abertura de todas as igrejas da cidade
A sessão foi também uma oportunidade para D. José Cordeiro reforçar um repto já lançado por altura da Semana Santa, no sentido de que todas as igrejas da cidade estejam diariamente de portas abertas para acolher bracarenses e turistas.
“Há igrejas emblemáticas da nossa cidade que estão fechadas e só abrem para aqueles momentos protocolares que estão no calendário. Isto não é um bom serviço à cultura, não é um bom serviço à espiritualidade, não é um bom serviço às pessoas”, afirmou, considerando que “é um dever mantê-las abertas para que ‘os tesouros´ escondidos da nossa cidade possam ser mostrados e para revelar os mistérios da Fé e de Cristo”.
Por seu turno, o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, enalteceu o trabalho que a Fundação Bracara Augusta tem realizado ao longo do último mandato, referindo os “muitos projetos que se encontram em carteira para realizar ao longo dos próximos anos”.
Para o autarca este Passaporte Património acaba por ser também “uma ilustração prática dos resultados desse mesmo trabalho”, conseguindo, a partir da Fundação, agregar, harmonizar, envolver dezenas de instituições de cariz público e privado.
No que respeita ao Passaporte Património, Rio evidenciou o facto de “numa peça tão singela quanto esta estar um leque de ativos, um leque de memórias, de História da nossa cidade, tão rica e diversa”.
Considerando que este roteiro original constitui “uma experiência absolutamente enriquecedora para qualquer cidadão de Braga”, Ricardo Rio elogiou as versões física e digital do mesmo, e em especial o facto de possuir “informação muito diversificada e muito acessível”.
O autarca bracarense recordou também que este “passaporte”, não com esta designação, mas enquanto roteiro patrimonial, era uma das 250 propostas concretas do seu programa eleitoral, uma vez que “valorizar o nosso património, dá-lo a conhecer e fazê-lo chegar às pessoas é uma responsabilidade coletiva”.
“Na nossa perspetiva a valorização do património não se esgota no esforço de reabilitação e conservação, mas o que é verdadeiramente importante é o usufruto do mesmo", afirmou Ricardo Rio.
O edil deixou ainda um repto final para que o Passaporte Património não se limite à atual edição em Português, mas venha, no futuro, a ser editado, pelo menos, em Inglês e em Francês, dando assim resposta à crescente procura turística em Braga.
Roteiro divulga mais de 70 bens patrimoniais da cidade e propõe 40 desafios aos bracarenses
Considerado como “um suporte para o trabalho que a Fundação Bracara Augusta está a realizar ao nível da educação patrimonial e da ligação do património com a comunidade”, o Passaporte Património, que ontem foi apresentado na sacristia da Sé de Braga, encontra-se dividido em seis fases históricas da cidade, desde o Pré-Romano ao Contemporâneo, e agrega mais de 70 bens patrimoniais da cidade e 42 caminhos para serem concluídos.
Segundo a diretora executiva da Fundação Bracara Augusta, Fátima Pereira, o Passaporte apresenta também 40 desafios, incentivando assim, entre as crianças, a componente didática e de jogo e promovendo uma viagem cultural que pode ser realizada pelas famílias.
Fátima Pereira revelou também que além do nível físico, da própria leitura do passaporte, através dos QR Codes disponibilizados no roteiro, é possível alcançar uma outra dimensão, contendo, entre outros elementos, a localização dos bens e uma descrição da fase histórica em que se encontram inseridos, e incluindo também um mapa fotográfico dos principais movimentos que fazem parte de cada fase histórica.
Por seu turno, o presidente da Fundação Bracara Augusta, Miguel Bandeira, evidenciou o facto deste Passaporte resultar, antes de mais da iniciativa das quatro instituições fundadoras da Fundação Bracara Augusta, o Município de Braga, o Cabido Primacial da Sé (representando a Igreja bracarense), a Universidade do Minho e a Universidade Católica Portuguesa, e salientou que este roteiro constitui uma celebração do compromisso com as Jornadas Europeias do Património.
Também o provedor da Santa Casa da Misericórdia, Bernardo Reis, elogiou o Passaporte e o trabalho desenvolvido pela Fundação Bracara Augusta, adiantando que a Misericórdia de Braga correspondeu ao repto lançado com a inserção de vários dos seus bens no roteiro, como a igreja da Misericórdia, o Palácio do Raio ou a igreja de S. Marcos.
“Este guia constituirá uma mais valia para dar a conhecer a cidade na sua História e evolução ao longo dos séculos”, afirmou Bernardo Reis.
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