Arquidiocese de Braga -

20 outubro 2024

Paróquias são o caminho para o início da dinâmica de renovação pastoral

Fotografia DACS

DM - Carla Esteves

O conferencista espanhol Tote Barrera, apontou, ontem, as paróquias como “caminho para uma nova evangelização” e centro da dinâmica de renovação pastoral. Durante a conferência que marcou o último dia da Jornada “Renovar: Levar Jesus a Todos”, no Auditório Vita, em Braga, Tote Barrera abordou as “pequenas-grandes” mudanças que podem transformar as nossas paróquias, apontou as fragilidades da Pastoral Paroquial e apresentou propostas para “acender de novo o fogo” e revitalizar a missão da evangelização.

Entre as fragilidades da Pastoral Paroquial,  este leigo que se dedica à evangelização, apontou   a “Cultura de Trento”; a falta de ferramentas pessoais e comunitários e a ausência de métodos de evangelização. Criticou também a necessidade de resultados rápidos e a opção por atalhos, em vez de processos estruturados e constatou o cansaço instalado pela ausência de liderança e o “esmagamento” dos sacerdotes pelo excesso de trabalho.

Lembrando que “a saída da crise passa por acender de novo o fogo”, o palestrante defendeu que a dinâmica da Renovação Eclesial obedece a um movimento, passando depois por numa fase de estabilização, em que os sistemas efetivamente funcionam. Contudo, com o tempo os sistemas tendem à decadência, transformando o organismo estável num “hospital terminal”.

Para Tote Barrera é precisamente nesta altura que surgem os chamados “inovadores”, os que perseguem o sistema e apontam as suas fragilidades. Com o passar do tempo,  os inovadores criam comunidades práticas, que ajudam à transição e que permitem gerar “novas ondas”.

“Começamos a ver em muitos locais ‘paróquias-modelo’, que adotam a mudança”, afirmou, acrescentando que ‘agora é o momento de replantar’ e sugerindo que devem ser as paróquias a questionar-se sobre o que é que as impede de crescer.

Segundo Tote Barrera “cresce-se por subtração e não por adição” e por isso a chave está em procurar a essência,  em encontrar o “fogo” de dentro para fora, na comunidade, na paróquia.

“Coloquemos toda a Igreja em estado de ‘missão transversal’. Este é um tempo de crise, de mudança, mas também é um tempo de fogo e o fogo da tua paróquia pode mudar a Igreja toda, se é o fogo do Espírito Santo”, concluiu.

Jornada Renovar resultou em propostas de acompanhamento e datas para agir

O padre Sérgio Torres, do Conselho Pastoral Arquidiocesano, estabeleceu, ontem, um paralelismo com um jogo de futebol para explicar à assistência que “às vezes, é necessário um intervalo, um tempo para conversar e para avaliar”, neste caso nas paróquias, para assim apontar novos caminhos e reforçar que “temos que jogar para ganhar”.

Encarando a crise como uma oportunidade, o pároco de S. Victor estabeleceu como prioridade “a renovação do nosso encontro pessoal com Jesus Cristo”, salientando que todo o processo de renovação deve começar pela “renovação pessoal”.

Depois de estabelecida esta prioridade, o padre Sérgio apresentou propostas de acompanhamento e novas metas após esta Jornada, que vão começar pela criação de um grupo no WhatsApp para assim poder chegar ao maior número de pessoas.

Anunciou também que, no próximo dia 16 de novembro, através desse grupo de WhatsApp e do site renovarbraga.pt será marcado um novo encontro e apresentadas questões e passos concretos para alavancar o arranque da dinâmica de renovação.  

Oportunidade houve ainda para ouvir novamente Tote Barrera, que convidou os sacerdotes a participarem na 7.ª edição do curso de renovação pastoral para sacerdotes e paróquias, que em Espanha já contou com a participação de mais de 150 sacerdotes e de mais de mil em França. 



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