Arquidiocese de Braga -

27 outubro 2024

Ação Católica Rural de Braga dá continuidade a projeto de apoio a famílias carenciadas

Fotografia DM

 DM - Jorge Oliveira

O Conselho Diocesano da Ação Católica Rural (ACR) aprovou ontem o seu plano de ação para 2024/2025, no qual está assegurada a continuidade do projeto solidário “Cinco Pães e Dois Peixes”.

Tiago Oliveira, presidente diocesano da ACR disse ao Diário do Minho que este apoio alimentar é “essencial” numa altura em que o Movimento apoia mais de meia centena de famílias carenciadas.

“O projeto arrancou no período de Covid-19 e de ano após ano tem vindo a crescer. Neste momento já estamos a apoiar 52 famílias, mensalmente, de uma forma discreta nas comunidades onde a ACR tem equipas-base”, indicou.

Segundo Tiago Oliveira, o trabalho é assegurado por voluntários e “está a exigir muito esforço”, dado que os bens alimentares são recolhidos apenas nos locais onde estão presentes as equipas-base da ACR que depois vão discretamente entregar os cabazes às famílias. 

“Muitas destas famílias, por vergonha ou por outros motivos pessoais, não têm a coragem de ir junto das instituições e das entidades locais pedir apoio, e nós fazemos isso de uma forma discreta, ou seja, quem dá não sabe para quem está a dar”, explicou.

No Natal, além de alimentos, a ACR acrescenta aos cabazes brinquedos para as crianças.

“Tem sido um projeto sacrificante, mas enriquecedor, porque ajuda muitas famílias a recompor-se na vida, entrando depois outras famílias para o lugar dessas”, acrescentou. 

A Assembleia Diocesana da Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) também aprovou ontem o seu plano de ação para 2024/2025, com o lema "Ide Cuidar, Dignificar e Expandir". O trabalho digno, a dignidade da pessoa humana e a crise habitacional estão entre as principais preocupações do Movimento, disse o Assistente Diocesano.

José Maria Costa referiu que muitos imigrantes, por falta de alojamento a preços comportáveis, sujeitam-se a condições precárias, como "camas quentes", ou seja, pequenos espaços alugados apenas para dormir, sem condições básicas de privacidade, janelas e casa de banho. “É incrível ao que chegamos”, desabafou.

A LOC/MTC aprovou um plano de ação que coloca o trabalhos digno e a habitação digna como uma prioridade premente.

Referindo que sem trabalho digno não pode haver habitação digna, José Maria Costa defendeu a necessidade de haver aumentos salariais  para cobrir os custos de arrendamento ou prestações de crédito à habitação, considerando inaceitável que o valor do salário mínimo seja insuficiente para esses fins.