Arquidiocese de Braga -

31 março 2025

Caminhada pela Vida chamou a atenção para a proteção de pessoas com deficiência

Fotografia Luís Filipe Silva

DM - Luís Filipe Silva

Centenas de pessoas  desfilaram ontem, dia 30 de março, pela cidade de Braga na Caminhada pela Vida, organizada pela Associação “In Familia”.

Na caminhada deste ano, os organizadores chamaram a atenção para a necessidade de proteger as pessoas com deficiência e de assegurar cuidados paliativos a todos que deles precisam. “O que nós defendemos é a vida desde a sua conceção até à morte natural. Este ano vamos focar especialmente na questão da deficiência, uma vez que sabemos que há uma grande percentagem de diagnósticos pré-natais em que resultam em aborto e, para nós, todas as pessoas são dignas, independentemente da sua condição. Sejam portadores de deficiência ou não, sejam doentes ou não, sejam novos ou velhos, independentemente das suas condições, todas as pessoas têm a sua dignidade. E é a dignidade humana, que assenta no facto de ser pessoa e não nas suas caraterísticas pessoais", frisou Eva Almeida, da Associação In Familia.

“Por esse motivo, também convidámos algumas associações da nossa cidade que, diariamente, 365 dias por ano, trabalham em favor da vida e das pessoas com deficiência e não só. Também convidamos o Poverello, que também costuma já estar connosco todos os anos. Além do início de vida, é preciso cuidar das pessoas desde que são concebidas, depois de nascerem e quando estão prestes a morrer”, sublinhou.

Nesse sentido juntaram-se à iniciativa a APPACDM, Instituto Monsenhor Airosa, Associação Famílias e o Poverello.

Eva Almeida reivindicou ainda o apoio do Estado no acesso aos cuidados paliativos, onde em Portugal apenas 30 por cento dessas necessidades conseguem ser cumpridas, e também aos que têm a seu cargo filhos, parentes ou pessoas com deficiência.

“Queremos apelar ao Estado para que implemente mais políticas sociais, mais solidárias e mais humanas, porque o que nós queremos é uma sociedade civilizada, que cuide das pessoas, porque nós, para sermos felizes, temos que cuidar uns dos outros. Deixar as pessoas numa situação de fragilidade, seja uma família que espera um filho com deficiência, seja uma família que tem uma pessoa doente em casa, seja o que for, essas pessoas têm que ser apoiadas, não é deixadas sem alternativa e a nossa resposta não pode ser o aborto ou a eutanásia.

Só assim é que as pessoas podem decidir com liberdade, porque quando são encurraladas por uma solução rápida e fácil, num momento em que estão frágeis, em sofrimento, não veem alternativa. Isso é uma obrigação da sociedade, não é só da família”, disse.

A Caminhada pela Vida realizou-se ontem em Portugal de modo simultâneo em 12 cidades: Aveiro, Beja, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Lamego, Lisboa, Porto, Santarém. «Hoje foi o dia de Portugal mas esta iniciativa é ocorre a nível mundial, só que em diferentes dias», sublinhou Eva Almeida.